terça-feira, 30 de julho de 2013

2ª Carta Pastoral à Arquidiocese de São Paulo Ano da fé 2012-2013 - Parte VI

Estamos no Ano da Fé que está sendo contemplado com reflexão baseados em 12 textos da Bíblia os quais publicaremos durante as semanas seguintes, iniciando com um trecho da Carta de apresentação do Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer.
Que possam desfrutar desses momentos para que permaneçam firmes da fé não importando por qual situação estejam passando e possamos juntos dizer:
Senhor aumentai a nossa Fé! 




"...O Ano da Fé é, pois, um “tempo favorável” para renovar o conhecimento e apreço pela fé que recebemos, e para a professarmos com firmeza e alegria. Desejo, com esta Carta Pastoral, oferecer a todos os filhos e filhas da amada Arquidiocese de São Paulo uma reflexão motivadora e, ao mesmo tempo, as necessárias orientações para a vivência do Ano da Fé em nossa Comunidade Eclesial Metropolitana, colocada sob o patrocínio do Apóstolo São Paulo, grande missionário, mestre e testemunha da fé!"



6. “A fé vem da pregação da Palavra de Cristo” (cf Rm 10,17)


A fé é a resposta do homem a Deus, que vem ao seu encontro e se manifesta a ele. A resposta do homem não se dá simplesmente no pensamento, na reflexão intelectual ou num sentimento vago, mas com uma adesão pessoal, que muda a vida e leva a converter-se, como fruto dessa adesão a Deus. A fé, como já dissemos, é resultante de uma dupla ação: do Espírito Santo, que move o coração humano a crer, e da própria pessoa, que diz, com a palavra e a vida: “eu creio!”
A fé, portanto, não é fruto apenas de discursos e esforços humanos; e a Igreja aconselha a buscar a fé, com todo o empenho e oração, e chama à fé mediante o anúncio da Palavra de Deus, que tem o poder de tocar-nos interiormente e de nos levar ao ato de fé. Eis porque o anúncio e a acolhida da Palavra de Deus são tão necessários!
A “pregação” e a acolhida da Palavra podem acontecer de muitas maneiras: na leitura pessoal da Sagrada Escritura, nas celebrações litúrgicas, nos retiros e encontros de formação, na conversa com outras pessoas. O testemunho de vida cristã vivida com dignidade, retidão e caridade, na alegria da fé, também são formas de anúncio.
O anúncio da Palavra de Deus é a primeira e mais importante missão da Igreja; e também é a primeira missão das paróquias e comunidades da Igreja, de todas as instituições e organizações pastorais da Igreja, dos grupos e associações de fiéis, de todas as expressões e formas da Vida Consagrada religiosa ou laical, bem como da própria família cristã. Todas as formas organizadas da Igreja, que a constituem e manifestam ao mundo, têm esta missão primeira: anunciar a Palavra de Deus, para que o mundo creia e encontre a salvação e a vida em Jesus Cristo.
Isto deve fazer-nos refletir muito, se estamos, de fato, cumprindo esta nossa missão, enquanto batizados. Sem o anúncio da Palavra de Deus, a fé não desperta; apenas um pouco de anúncio e escuta da Palavra de Deus, acaba resultando na superficialidade e na fraqueza da fé. Não será verdade que o mundo, ao nosso redor, ou até mesmo dentro de nossa casa e na Comunidade da Igreja, tem fome e sede de ouvir a Palavra de Deus?
O profeta Amós anunciava essa fome e sede de Deus: “Dias virão, oráculo do Senhor Deus, em que hei de mandar à terra uma fome, que não será fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir a Palavra do Senhor” (cf Am 8-11). Deus colocou essa fome e sede no coração humano; e encarregou-nos de saciar os famintos e sedentos da Palavra de vida, que também se fez “Pão da vida”, em Jesus Cristo (cf Jo 6).

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