sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Comunicamos que a atualizações para este blog serão realizadas no dia 02 de janeiro de 2013.
À todos que nos acompanharam durante este ano de 2012 nossos agradecimentos.
Que Deus nos oriente e o Espírito Santo ilumine a cada trabalho missionário que realizarmos neste novo ano.
Desejamos muita paz, alegria, amor, saúde e prosperidade e um FELIZ ANO NOVO.

SANTOS INOCENTES




 (POR PE. VALDIRAN SANTOS)



28 de dezembro


Santos Inocentes

Somente a monstruosidade de uma mente assassina, cruel e desumana, poderia conceber o plano executado pelo sanguinário rei Herodes: eliminar todas os meninos nascidos no mesmo período do nascimento de Jesus para evitar que vivesse o rei dos judeus. Pois foi isso que esse tirano arquitetou e fez.

Impossível calcular o número de crianças arrancadas dos braços maternos e depois trucidadas. Todos esses pequeninos se tornaram os "santos inocentes", cultuados e venerados pelo Povo de Deus. Eles tiveram seu sangue derramado em nome de Cristo, sem nem mesmo poderem "confessar" sua crença.

Quem narrou para a história foi o apóstolo Mateus, em seu Evangelho. Os reis magos procuraram Herodes, perguntando onde poderiam encontrar o recém-nascido rei dos judeus para saudá-lo. O rei consultou, então, os sacerdotes e sábios do reino, obtendo a resposta de que ele teria nascido em Belém de Judá, Palestina.

Herodes, fingindo apoiar os magos em sua missão, pediu-lhes que, depois de encontrarem o "tal rei dos judeus", voltassem e lhe dessem notícias confirmando o fato e o local onde poderia ser encontrado, pois "também queria adorá-lo".

Claro que os reis do Oriente não traíram Jesus. Depois de visitá-lo na manjedoura, um anjo os visitou em sonho avisando que o Menino-Deus corria perigo de vida e que deveriam voltar para suas terras por outro caminho. O encontro com o rei Herodes devia ser evitado.

Eles ouviram e obedeceram. Mas o tirano, ao perceber que havia sido enganado, decretou a morte de todos os meninos com menos de dois anos de idade nascidos na região. O decreto foi executado à risca pelos soldados do seu exército.

A festa aos Santos Inocentes acontece desde o século IV. O culto foi confirmado pelo papa Pio V, agora santo, para marcar o cumprimento de uma das mais antigas profecias, revelada pelo profeta Jeremias: a de que "Raquel choraria a morte de seus filhos" quando o Messias chegasse.

Esses pequeninos inocentes de tenra idade, de alma pura, escreveram a primeira página do álbum de ouro dos mártires cristãos e mereceram a glória eterna, segundo a promessa de Jesus. A Igreja preferiu indicar a festa dos Santos Inocentes para o dia 28 de dezembro por ser uma data próxima à Natividade de Jesus, uma vez que tudo aconteceu após a visita dos reis magos. A escolha foi proposital, pois quis que os Santinhos Inocentes alegrassem, com sua presença, a manjedoura do Menino Jesus.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

CARTA DE DOM MILTON


Caríssimos irmãos e irmãs,
Há pouco celebramos o grande acontecimento do Natal do Senhor, que certamente encheu os corações de grande paz e alegria! Nunca é suficiente contemplar e meditar este Mistério: Deus que se assume nossa carne, faz-se um de nós, torna-se próximo e companheiro nosso no caminhar da vida!

Li, há alguns dias, algumas palavras do Papa Bento XVI, que me ajudaram muito a aprofundar este acontecimento na oração: “Deus tornou-se tão próximo de nós, que Ele mesmo é um homem: isto deve nos desconcertar e surpreender sempre! Ele está tão próximo, que é um de nós. Conhece o ser humano, o “sabor” do ser humano; conhece-o a partir de dentro, provou-o com as suas alegrias e os seus sofrimentos. Como homem, está próximo de mim, perto, “ao alcance da voz” - tão próximo que me ouve e que posso saber: Ele me ouve e me responde, mesmo se talvez não é como eu imagino.

Sim, Ele entra na nossa miséria, o faz com consciência e o faz para nos compenetrar, para nos purificar e para nos renovar a fim de que, através de nós, a verdade esteja no mundo e se realize a salvação. Peçamos perdão ao Senhor pela nossa indiferença, pela nossa miséria que nos faz pensar unicamente em nós mesmos, pelo nosso egoísmo que não procura a verdade, mas que segue o próprio hábito, e que talvez com frequência apresente o Crisma só como um sistema de hábitos.” (Bento XVI, Homilia, 2 de setembro de 2012)

Para celebrar o acontecimento do Nascimento do Salvador é preciso ter a capacidade de surpreender-se, maravilhar-se, agradecer! Hoje, talvez isso esteja em desuso, não é verdade? Nós nos habituamos às lembranças, ou então sufocamos a graça com um emaranhado de artefatos: luzes, presentes, cartões; que torna-se difícil desvendar na simplicidade e na pobreza da Manjedoura a revelação do “Deus-conosco”, do Salvador do mundo!

São Bernardo numa de suas Homilias para o dia do Natal diz: “Com que fim, irmãos, ou que necessidade teve o Senhor da majestade de abater-se a este ponto, de humilhar-se a esse ponto, de abreviar-se a esse ponto, senão para que vós o façais igualmente? Já desde agora proclama com as obras o que depois há de ensinar com as palavras: Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração (Mt 11, 29), para que se veja que é veraz Aquele de quem se diz: Começou Jesus a fazer e ensinar (At 1,1). Portanto, peço-vos encarecidamente, meus irmãos, que não permitais que vos tenha sido mostrado em vão modelo tão precioso, mas vos conformeis com ele e vos renoveis no interior da vossa alma.

Aprofundai na humildade, que é o fundamento e o guardião de todas as virtudes; abraçai-a, porque só ela pode salvar as almas. Que há de mais indigno, de mais detestável e que mereça maior castigo que, vendo Deus tão pequeno, continue o homem a engrandecer-se a si mesmo sobre a terra? É uma intolerável desvergonha que um verme se inche e se envaideça, quando a majestade de Deus se abate.” (S. Bernardo, Homilia no dia de Natal).

À luz do Natal, caminhamos agora para o início de um Novo Ano. No clima das festas natalinas, nós iniciamos com esperança um Ano Novo. Desejamo-nos uns aos outros que ele seja “Feliz!”; e estes votos assumem significados diferentes para cada um de nós. Para alguns a felicidade no Ano novo limita-se a uma conta bancária bastante confortável, para outros a superação de uma enfermidade, outros ainda esperam o pagamento de uma dívida ou a reconciliação com algum amigo ofendido. Tudo isso tem sua razão de ser. Mas, e para nós, cristãos, em que consiste a felicidade?

Com certeza felicidade para nós é mais do que um sentimento, e está longe da ilusão de uma vida sem problemas. Para nós, a felicidade é um dom que vem de Deus, e ao mesmo tempo uma tarefa que se impõe ao nosso esforço e nosso trabalho. Para nós felicidade tem sentido de comunhão, união e amizade profundas com aqueles que nos cercam, fazendo nossas suas alegrias, suas dores e esperanças. Felicidade é sinônimo de amizade, fraternidade; mas também de fidelidade e docilidade à Deus que no seu Filho Jesus nos revelou seu grande desejo de fazer-nos todos seus filhos, e ao mesmo tempo irmãos.

É neste espírito, que quero desejar-lhes a todos “Feliz Ano Novo!”, “Feliz 2013!” Que, possamos neste ano avançar na vida de comunhão e ao mesmo tempo, na docilidade ao que o Espírito do Senhor nos inspirar e conduzir, a fim de construirmos, com o auxílio da graça de Deus, a Igreja querida por Ele!

Aproveito, esta oportunidade para lembrá-los que neste ano, na Mensagem por ocasião do 46º Dia Mundial da Paz, o Papa Bento XVI, trata do tema “Bem-aventurados os obreiros da paz”. Falando, então, dos que promovem a paz, o Papa diz: “...os verdadeiros obreiros da paz são aqueles que amam, defendem e promovem a vida humana em todas as suas dimensões: pessoal, comunitária e transcendente. A vida em plenitude é o ápice da paz. Quem deseja a paz não pode tolerar atentados e crimes contra a vida.”

Que neste primeiro dia do ano, possamos fazer ressoar nosso apelo pela paz! Numa parte da cidade tão marcada pela violência, que nos façamos promotores da paz e, sejamos para aqueles que a promovem, estímulo e apoio constantes!
A todos a quem chegarem estas palavras meu abraço e meus votos de um Abençoado e Feliz 2013! Que Deus nos conceda a sua Paz!


Dom Milton Kenan Júnior
Bispo Auxiliar de S. Paulo
Vigário Episcopal da Região Brasilândia


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL!!!





O SENTIDO MAIS PROFUNDO DO NATAL


1."O Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá 


e dará a luz um filho, e lhe chamará Emanuel." Is 7,14; Mt 


1,22-23;



2."E tu, Belém de Éfrata, pequenina entre as aldeias de 


Judá, de tí é que sairá para mim aquele que há de reinar em 


Israel." Miquéias, 5,1;



3."Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o 


seu Filho, nascido de uma mulher." Gl 4,4;



4."Enquanto estavam em Belém, se completaram os dias 


para o parto, e Mria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o 


enfaixou e o colocou na mangedoura, pois não havia lugar 


para eles dentro da casa." Lc 2,6-7.



*Só uma pergunta:


Hoje, em sua casa existe um lugar para eles?



FELIZ NATAL COM JESUS, MARIA E JOSÉ!



Pe. Valdiran Santos 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

MINI CURSOS NO ACESSA-SP


Aprenda a fazer as malas no site do Acessa-SP.
Com a chegada das férias e as viagens marcadas, fazer as malas 
pode ser um momento de transtorno. Para auxiliar os viajantes, o Acessa-SP disponibilizou o curso on-line gratuito Como arrumar uma mala de viagem? 
Quem quiser dedicar o tempo livre para um novo  hobby, o Acessa-SP oferece os cursos de: Origami (a arte japonesa das dobraduras de papel) ou Como fazer uma horta. Além destes, estão disponíveis outros 17 cursos gratuitos. Entre eles: Como preparar um currículo, Controle suas  finanças pessoais, Como cuidar de crianças, Faça o tempo render, Alimente-se bem sem desperdícios, Como falar bem em público e Técnicas de textura em parede. 
Os cursos são rápidos (de três a seis aulas), 15 minutos cada. Para matricular-se basta cadastrar-se 
pelo site http://minicursos.acessasp.sp.gov.br.
(FONTE: D.O.E. de 15/12/12) 

Atividades gratuitas para a terceira idade no CRI-Norte




Aulas de dança, ginástica, bordado, tricô e crochê, vôlei, bocha, ioga, cursos de idioma, flauta e violão, canto coral, pintura em tela e tecido, sessões de cinema, bailes e saraus são algumas das mais de 50 atividades que o Centro de Referência do Idoso de Santana (CRI-Norte) oferece aos maiores de 60 anos moradores do entorno. 
Além da prática dessas atividades, os participantes ampliam o convívio social, um aliado no combate à depressão, doença bastante comum nessa faixa etária. 

O centro também promove atendimento médico aos idosos exclusivamente encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da região. Outro trabalho do CRI é a prevenção e diagnóstico precoce de problemas que costumam acometer o idoso. Qualquer pessoa com 60 anos ou mais pode inscrever-se para participar das atividades gratuitas do CRI. 

CRI Norte

Rua Augusto Tolle, 978, ou Rua Voluntários da Pátria, 4.301, 
Mandaqui, São Paulo
Informações: (11) 2972-9218 (das 8 às 17h30), www.crinorte.org.br, 
convivência@crinorte.org.br    
(FONTE: D.O.E. de 15/12/12) 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

CARTA APOSTÓLICA - ANO DA FÉ - FINAL


(...continuação)


11. Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano II. Na Constituição Apostólica Fidei depositum – não sem razão assinada na passagem do trigésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – o Beato João Paulo II escrevia: «Este catecismo dará um contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida eclesial (...). Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão eclesial».
É precisamente nesta linha que o Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.
Na sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Repassando as páginas, descobre-se que o que ali se apresenta não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na verdade, a seguir à profissão de fé, vem a explicação da vida sacramental, na qual Cristo está presente e operante, continuando a construir a sua Igreja. Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos. Na mesma linha, a doutrina do Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu significado, se for colocada em relação com a fé, a liturgia e a oração.

12. Assim, no Ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural. Com tal finalidade, convidei a Congregação para a Doutrina da Fé a redigir, de comum acordo com os competentes Organismos da Santa Sé, uma Nota, através da qual se ofereçam à Igreja e aos crentes algumas indicações para viver, nos moldes mais eficazes e apropriados, este Ano da Fé ao serviço do crer e do evangelizar.
De facto, em nossos dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que provêm duma diversa mentalidade que, particularmente hoje, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. Mas, a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas tendem, embora por caminhos diferentes, para a verdade.

13. Será decisivo repassar, durante este Ano, a história da nossa fé, que faz ver o mistério insondável da santidade entrelaçada com o pecado. Enquanto a primeira põe em evidência a grande contribuição que homens e mulheres prestaram para o crescimento e o progresso da comunidade com o testemunho da sua vida, o segundo deve provocar em todos uma sincera e contínua obra de conversão para experimentar a misericórdia do Pai, que vem ao encontro de todos.
Ao longo deste tempo, manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Heb 12, 2): n’Ele encontra plena realização toda a ânsia e anélito do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do partilhar connosco a fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação.
Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à luz o seu Filho unigénito, mantendo intacta a sua virgindade (cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu Esposo, levou Jesus para o Egipto a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2, 13-15). Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo (cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no Cenáculo para receberem o Espírito Santo (cf. Act 1, 14; 2, 1-4).
Pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (cf. Mc 10, 28). Acreditaram nas palavras com que Ele anunciava o Reino de Deus presente e realizado na sua Pessoa (cf. Lc 11, 20). Viveram em comunhão de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova regra de vida pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos depois da morte d’Ele (cf. Jo 13, 34-35). Pela fé, foram pelo mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura (cf. Mc 16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram fiéis testemunhas.
Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na oração, na celebração da Eucaristia, pondo em comum aquilo que possuíam para acudir às necessidades dos irmãos (cf. Act 2, 42-47).
Pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara, tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o perdão dos seus próprios perseguidores.
Pela fé, homens e mulheres consagraram a sua vida a Cristo, deixando tudo para viver em simplicidade evangélica a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos de quem aguarda o Senhor, que não tarda a vir. Pela fé, muitos cristãos se fizeram promotores de uma acção em prol da justiça, para tornar palpável a palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça para todos (cf. Lc 4, 18-19).
Pela fé, no decurso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no Livro da vida (cf. Ap 7, 9; 13, 8), confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e ministérios a que foram chamados.
Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na história.

14. O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: «Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade» (1 Cor 13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé”» (Tg 2, 14-18).
A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra de realizar o seu caminho. De facto, não poucos cristãos dedicam amorosamente a sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer, porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo. Em virtude da fé, podemos reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor ressuscitado. «Sempre que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40): estas palavras de Jesus são uma advertência que não se deve esquecer e um convite perene a devolvermos aquele amor com que Ele cuida de nós. É a fé que permite reconhecer Cristo, e é o seu próprio amor que impele a socorrê-Lo sempre que Se faz próximo nosso no caminho da vida. Sustentados pela fé, olhamos com esperança o nosso serviço no mundo, aguardando «novos céus e uma nova terra, onde habite a justiça» (2 Ped 3, 13; cf. Ap 21, 1).

15. Já no termo da sua vida, o apóstolo Paulo pede ao discípulo Timóteo que «procure a fé» (cf. 2 Tm 2, 22) com a mesma constância de quando era novo (cf. 2 Tm 3, 15). Sintamos este convite dirigido a cada um de nós, para que ninguém se torne indolente na fé. Esta é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo. Aquilo de que o mundo tem hoje particular necessidade é o testemunho credível de quantos, iluminados na mente e no coração pela Palavra do Senhor, são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao desejo de Deus e da vida verdadeira, aquela que não tem fim.
Que «a Palavra do Senhor avance e seja glorificada» (2 Ts 3, 1)! Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro. As seguintes palavras do apóstolo Pedro lançam um último jorro de luz sobre a fé: «É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações; deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo. Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, credes n’Ele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas» (1 Ped 1, 6-9). A vida dos cristãos conhece a experiência da alegria e a do sofrimento. Quantos Santos viveram na solidão! Quantos crentes, mesmo em nossos dias, provados pelo silêncio de Deus, cuja voz consoladora queriam ouvir! As provas da vida, ao mesmo tempo que permitem compreender o mistério da Cruz e participar nos sofrimentos de Cristo (cf. Cl 1, 24) , são prelúdio da alegria e da esperança a que a fé conduz: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12, 10). Com firme certeza, acreditamos que o Senhor Jesus derrotou o mal e a morte. Com esta confiança segura, confiamo-nos a Ele: Ele, presente no meio de nós, vence o poder do maligno (cf. Lc 11, 20); e a Igreja, comunidade visível da sua misericórdia, permanece n’Ele como sinal da reconciliação definitiva com o Pai.
À Mãe de Deus, proclamada «feliz porque acreditou» (cf. Lc 1, 45), confiamos este tempo de graça.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 11 de Outubro do ano 2011, sétimo de Pontificado.

Minha fé é política porque ela não suporta separação entre o corpo de Jesus e o corpo de um irmão.

Minha fé é política porque crê que a economia pode mudar um dia e ser toda solidária

Minha fé é política porque acredito na juventude, na sua força e inquietude, no seu poder de diferença.