segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

SAÚDE PARA TODOS

OLHAR EPISCOPAL - EDIÇÃO 17

"Que a saúde se difunda sobre a terra" (Eclo 38,8)
"A saúde é direito de todos e dever do Estado..."
(Constituição Federal do Brasil de 1988)
A Igreja do Brasil, mais uma vez em sintonia com o espírito penitencial do Tempo da Quaresma, realiza a Campanha da Fraternidade (CF), esforçando-se por dar à penitência e ao esforço quaresmal uma dimensão concreta, ao chamar a atenção das comunidades cristãs católicas a algum aspecto da realidade do povo brasileiro que merece maior cuidado e um esforço conjunto para a solução dos seus problemas e a superação dos seus desafios.

Neste ano, a Campanha da Fraternidade tem como tema: "Fraternidade e Saúde Pública"; e lema: "Que a saúde se difunda sobre a terra" (cf. Eclo 38,8). À primeira vista, esse tema parece repetir o da Campanha da Fraternidade de 1981: "Fraternidade e Saúde - Saúde para todos".
Na verdade, o tema deste ano avança na abordagem da questão da saúde. Partindo do princípio de que a ação de Jesus foi de gerar vida em abundância (Jo 10,10), e de que a salvação conquistada por Ele é também sinônimo de vida saudável, saúde integral e bem estar para todos; deparamo-nos com uma realidade bastante difícil que nos desafia a todos.
Falando da vida saudável como sinônimo de saúde, o Texto-Base da CF relembra que: "A vida saudável requer harmonia entre corpo e espírito, entre pessoa e ambiente, entre personalidade e responsabilidade." (n. 15). Não se trata, portanto, apenas de garantir recursos e incrementar os equipamentos da saúde, mas de desencadear um processo que leve as pessoas desde a defesa e promoção dos seus direitos a tratamento adequado, até a tomada de consciência da importância de cuidar da vida e cultivar a saúde através da prevenção cuidadosa às doenças e da participação daqueles espaços criados para salvaguardar o acesso de todos à vida com qualidade.

O Texto-Base da CF-2012 chama nossa atenção para as grandes preocupações na saúde pública no Brasil, alertando para as "doenças crônicas não transmissíveis (doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, cânceres, doenças renais crônicas e outras); doenças transmissíveis (AIDS, tuberculose, influenzae ou gripe, dengue ou outras); fatores comportamentais de risco modificáveis (tabagismo, dislipidemias por consumo excessivo de gorduras saturadas de origem animal, obesidade, ingestão insuficiente de frutas e hortaliças, inatividade física e sedentarismo); dependência química e uso crescente e disseminado de drogas lícitas e ilícitas (álcool, crack, oxi e outras); causas externas (acidentes e violências)." (n. 65).
Essas doenças são responsáveis por um alto índice de mortes ocorridas, hoje, no mundo; que, portanto, podem ser evitadas com programas de prevenção, ou iniciativas pessoais e comunitárias.
A temática da CF-2012 obriga-nos, ainda, a refletir sobre a importância e a necessidade de conhecimento mais aprofundado sobre o SUS (Sistema Único de Saúde). Inspirado em belos princípios como a proposta de atender a todos, indiscriminadamente, ele ainda não conseguiu ser implantado e, está longe de atingir os seus objetivos.

Um dos aspectos que dificulta ao SUS atender às necessidades das populações, está ainda na pouca participação da população aos processos de tomada de decisão, ou seja, o distanciamento e a falta de informação das pessoas sobre a importância de participar das instâncias colegiadas do SUS (Conselhos e Conferências de Saúde), cujo objetivo é manter o controle social sobre o próprio SUS. (cf. n. 115).Merece nossa atenção a importância de formar e estimular as pessoas para participar dos conselhos e conferências de saúde que são "espaços de participação democrática por meio dos quais se pode avançar na melhoria dos serviços públicos. Os conselhos têm caráter deliberativo e a função de exercer o papel de formulação, acompanhamento e controle permanente das ações do governo em seus três níveis." (n. 116).
Em nosso país, os recursos destinados à saúde atingem 15% da arrecadação municipal e 12% da estadual. Somados aos recursos provenientes da esfera federal, "têm obrigatoriamente que ser administrados com a participação popular", para "evitar práticas de corrupção ou o uso dos cargos de administração pública como moeda eleitoral, que normalmente alça a tais cargos, pessoas despreparadas para uma área de vital importância para a população." (n. 118).
Não deixa de preocupar o fato de muitos governantes não destinarem nem o mínimo do investimento na saúde, gerando um arriscado e perigoso subfinanciamento na saúde pública. Essa realidade, marcada por sombras e luzes, possibilidades e entraves, está a exigir das comunidades cristãs uma ação conjunta para poder ser conformada à vontade do Criador que quer que a saúde se estenda sobre toda a terra (cf. Eclo 38,8).

Ao tratar da saúde, o autor do livro do Eclesiástico, inspirado por Deus, sugere que o "mais importante que curar é o trabalho de evitar que as pessoas adoeçam e promove-las para que tenham vida em abundância. Realidade que o ditado popular consagrou: ‘é melhor prevenir que remediar’." (n. 158).
Além do mais, na compreensão do autor sagrado, é Deus quem providencia os bens e recursos e suscita pessoas capazes de cuidar da saúde e superar as doenças. Deus é parceiro das suas criaturas no combate e na superação da enfermidade; pois é Ele, o Criador, que favorece as conquistas alcançadas pela inteligência humana na promoção da vida e na garantia de saúde para todos.
Muitas são as iniciativas que podem surgir da Campanha da Fraternidade pessoal e comunitariamente: o cuidado de cada um com a própria saúde, como a higiene pessoal e a assimilação de hábitos saudáveis; a conscientização dos direitos das pessoas à vida saudável, saúde equilibrada e bem estar; a participação efetiva da comunidade nos conselhos e conferências de saúde; a atenção pessoal aos que sofrem nos próprios lares, na vizinhança; e a participação na Pastoral da Saúde.
Acolher o convite da CF-2012, "Fraternidade e Saúde Pública", é dar ao nosso esforço de conversão pessoal e comunitária uma fisionomia nova, marcada pela esperança, na defesa e promoção da vida. Vamos todos participar!
 
Dom Milton Kenan Junior
Bispo Auxiliar de São Paulo

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

QUARESMA - TEMPO DE CONVERSÃO




JEJUM, CAMINHO QUE CURA E LIBERTA

Nesta Quaresma queremos refletir sobre as três práticas quaresmais apontadas por Jesus como caminho penitencial (Mt 6,2-18): Caridade, Oração e Jejum.

A Bíblia apresenta várias formas de jejum:

*Gratidão, Jz 20,26; arrependimento, Jl 2,12-17; tristeza, IISm 1,12; intercessão, Nm 1,2-5; fortaleza espiritual, Mt 17,21; fortaleza pessoal, Est 4,15-16...

1.Benefícios Espirituais do Jejum
O Jejum é uma prática bíblica que teve uma importância muito grande na vida de Jesus. (Mt 4,2). O Jejum continua válido para os nossos dias e os grandes Santos da Igreja sempre usaram e usam dessa prática como meio eficaz de mortificação do corpo para fortalecer o espírito. Assim sendo, devemos  fazer um esforço no sentido de Jejuar sempre para frear os impulsos do corpo, para dar lugar à ação do Espírito Santo em nós. Antes de tomarmos qualquer decisão importante para a nossa vida, deveríamos Jejuar, mas o jejum só tem sentido se for acompanhado com a oração e a solidariedade (Mt 6,1-18). Quando a gente Jejua, a oração flui mais facilmente e nos ajuda a fazer uma experiência mais profunda de um encontro pessoal com o Deus vivo.
A solidariedade é o gesto concreto do nosso Jejum, ou seja, ao sentir fome, podemos imaginar o sofrimento dos nossos semelhantes que fazem um Jejum forçado todos os dias por falta de alimentação. O Jejum ajuda-nos a partilhar, ter um coração aberto e misericordioso igual ao coração de Cristo que se doou totalmente por amor (Jo 13,1). O Jejum também tem uma dimensão penitencial, nos faz mergulhar em nós mesmos em nossa miséria e nos desperta a consciência de frágeis pecadores que necessitamos da misericórdia e do perdão de Deus.

2.Os Benefícios Terapêuticos do Jejum - Como fazer Jejum? (Reis)
O jejum é uma espécie de tratamento extremamente útil e mesmo necessário para o nosso organismo. Isto já entendido há muito tempo por diferentes povos que fizeram do jejum um elemento fundamental para suas vidas. Em geral, essa motivação forte para o jejum foi transformada em dever religioso e assumida como alguma coisa pedida pelo próprio Deus e como uma das coisas que mais lhe agradam.
Jejum; Esta prática poderia ser chamada assim: Prevenção, cura e rejuvenescimento pela medicina natural. Jejum é parte essencial na medicina natural. Limpar o organismo com jejuns. O jejum causa o rejuvenescimento de todos os órgãos.
   
  Vamos mostrar agora algumas indicações práticas sobre o jejum:

1.Você pode jejuar simplesmente reduzindo ao máximo que você puder a quantidade de coisas que você come durante o dia. Por exemplo: se você come um pãozinho inteiro pela manhã, reduza-o para o meio, se você come bife no almoço, deixe de comé-lo em alguns dias ou, pelo menos, coma apenas uma pequena parte dele; não merende na parte da tarde ou tome apenas um suco; jante o menos possível; não coma nada entre uma refeição e outra.

2.Não tome café da manhã, ou quando muito uma pequena xícara de leite ou meio copo de suco; diminua seu almoço pela metade; tome apenas líquido na merenda; faça um jantar leve. Assim, com o jejum, todas as funções do corpo como: metabolismo, hormônios, nervos, circulação, homeostase, entre outras, se normalizam e naturalmente se fortalece o sistema de defesa imunológico. Por isso se curam todas as doenças e até tumores malignos desaparecem. 

3.O verdadeiro jejum para Deus
“O jejum que eu quero é este: acabar com as prisões injustas, desfazer as correntes do jugo; pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar qualquer jugo; repartir a comida com os que passam  fome, hospedar em sua casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu, e não se fechar à sua própria gente. Se você fizer isso, a sua luz brilhará como a aurora, suas feridas vão sarar rapidamente, a justiça que você pratica irá à sua frente e a glória de Javé virá acompanhando você.”(Is 58,6-8)                                                                                    
                                                                                                                              (Pe. Valdiran Santos)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A CARIDADE, CAMINHO DE SALVAÇÃO

 

A caridade é um dos degraus mais importantes para a salvação. Ela é a conseqüência prática da fé em Deus e do amor a Deus e ao próximo. 
A caridade e as obras de misericórdia são os critérios que Jesus apresenta para a salvação eterna.
Mt 25,31-46- O juízo final                       
Lc 10,25 -37- Amor concreto
Lc 16,19-31- O rico e o pobre
Lc 18,15-30- Reino e  partilha
Tg 2, 14-26- A fé e as obras
Ap 14, 12-13- Obras são vida.

Esses textos bíblicos são suficientes para entendermos esse valor cristão. Porém, há muitas outras passagens na Bíblia que exaltam a caridade como uma grande virtude cristã, deixada para nós pelo Senhor Jesus e por seus Apóstolos; como por exemplo, 1Cor 13.
Amor e caridade são sinônimos, são à base do cristianismo e o ponto fundamental da nossa fé em Jesus ressuscitado.

1. A radicalidade do amor cristão:  “Eu digo a vocês que me escutam: amem os seus inimigos e façam o bem aos que odeiam vocês. desejem o bem aos que os amaldiçoam e rezem por aqueles que caluniam vocês. Se alguém lhe dá um tapa numa face, ofereça também a outra; se alguém lhe toma o manto, deixe que leve também a túnica”. (Lc 6, 27-29);

2. Participar de uma religião sem respeitar as pessoas é perda de tempo: “Se alguém pensa que é religioso e não sabe controlar a língua, está enganando a si  mesmo, e sua religião não vale nada. Religião pura e sem mancha diante de Deus, nosso Pai, é esta: socorrer os órfãos e as viúvas em aflição, e manter-se livre da corrupção do mundo”. (Tg 1, 26-27)


Pe. Valdiran Santos

FORMAÇÃO - EMAÚS PASSO A PASSO - PARTE II


(...continuação)

2º PASSO: (Lc 24,18-24)

 9- Inicialmente, um dos discípulos, chamado Cléofas, em tom irônico, em vez de responder a pergunta de Jesus, faz-lhe outra, pois sentiam-se bem informados, e só mesmo um estrangeiro, desligado portanto do ideal de um povo, podia ignorar o que se passara naqueles dias em Jerusalém. Jesus não condena a ironia do discípulo e provoca então a reflexão, perguntando sobre o acontecido, mais uma vez colocando-se como desinformado.

10- Nos textos, os discípulos abrem então o verbo, como diríamos, e narram os fatos a Jesus, mostrando porém mal formados e informados,  pois o objeto de suas esperanças, como também de todo o Israel, era um Jesus-Messias, político e libertador, que de fato libertasse a nação das garras do Império ("Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel..." [24,21]). Vejam quem mesmo sendo bons discípulos de Jesus, não demonstram, de início, ter aquela sede do Deus vivo, como a tinham os salmistas piedosos (Cf. Sl 42(41),2; 63(62),2), mas identificam-se com a maioria dos judeus de seu tempo. Mesmo na aprendizagem com o Mestre, ainda havia em suas cabeças resquícios de ideologias não libertadoras. 

3º PASSO (Lc. 24,25-27)


11- Aqui podemos dizer que a censura de Cristo aos discípulos, inicialmente, tem também um gostinho indulgente, quando os julga "lentos de coração" para entender as profecias messiânicas, uma vez que estas vêm acompanhadas de dimensão mistérica. Lentos de coração pode significar certo descaso para entender e sentir, de maneira viva, o que Deus revelava através dos profetas. Não significava, porém, no pensamento de Jesus uma lentidão da cabeça, da mente, do intelecto, racional, ou seja, uma pequenez do que é puramente humano, uma vez que o que Deus revelava não estava, muitas vezes, ao alcance da simples razão humana, pois porque Deus sempre fala, inicialmente, ao coração.
Em Os 11,7, conforme algumas traduções, Deus já lamentava a lentidão do povo, que não sabia de modo algum elevar-se, quando chamado do alto. Então, na continuação do texto em estudo, Jesus, como autêntico catequista do Reino, dá aos dois discípulos uma catequese da história da salvação, começando por Moisés e por todos os profetas, o que fez arder o coração dos discípulos. Aqui, pois, é o coração que "arde", no silêncio renovador, e não tanto a razão que assimila, simplesmente em conceitos. 

12- É interessante notar que somente depois que os discípulos mostraram toda a sua realidade interior e limitações humanas é que Jesus se põe a evangelizá-los. Às vezes, isto não acontece conosco. Gostamos, não raro, de ir pregando para outras vidas sem conhecê-las devidamente, sem saber qual é a dimensão de seu vazio ou o nível de riqueza que elas já trazem. Não nos esqueçamos de que o Evangelho é profundamente humano, e quando pensamos que estamos levando-o a alguém, não raro ele aí já se encontra, às vezes até num grau maior do que em nós.

 Nota: Aqui, deve-se abrir um parêntese para verificar o modelo das atividades missionárias da Igreja, tanto no passado como no presente, sendo que, no presente, há uma consciência maior da Igreja no tocante a esse fato, como se comenta no número dezenove deste trabalho.


(Pe. Valdiran Santos)


(continua...)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

FORMAÇÃO - EMAÚS PASSO A PASSO


 1- Um dos textos mais importantes da Bíblia e que nos serve de rica experiência catequética e de evangelização é, sem dúvida, Lc 24,13-35, o famoso episódio dos discípulos de Emaús, peculiar a Lucas, diríamos, porque o que Mc 16,12-13 diz com relação ao acontecimento é pouco expressivo, tendo também outra ótica, não tão objetiva como a de Lucas.

2- Narra o Evangelho que dois discípulos do Senhor, na tarde do domingo da ressurreição, desanimados, cabisbaixos e frustrados, voltam para Emaús, aldeia próxima de Jerusalém, ignorando totalmente o fato histórico da ressurreição de Cristo, mas julgando-se, porém, bem informados do que lá acontecera.

3- O que aí acontece mostra, na pedagogia de Deus, o que é essencial a todo cristão, na aprendizagem da vida cristã e na vivência do espírito evangelizador. 
Vamos, pois, neste trabalho comentar a perícope bíblica de Lucas e colocar nossa experiência de Igreja no mesmo caminho. Tenhamos atenção para com os verbos que aparecem no texto, os quais, pedagogicamente, indicam muitas vezes a atitude do espírito dos caminhantes, pois são próprios da vida de peregrinação de todos nós, entendida numa linha cristã.

4- Assim é que devemos ver, por exemplo, a importância de verbos como: caminhar, partir, conversar, dialogar, escutar, aproximar-se, celebrar, anunciar etc.. O verbo voltar, por exemplo, em Lucas, aparece vinte e cinco vezes, e aproximar-se, trinta e quatro vezes, sendo dezoito no Evangelho e dezesseis nos Atos dos Apóstolos. Dizemos então, como estudo, que tais verbos fazem parte dos temas lucanos.


5- Em Lucas, é importante observar também como ele é cuidadoso no trato com as pessoas, pois se ele narra que Jesus Cristo chama os discípulos de Emaús, por exemplo, de "insensatos e lentos de coração..." (cf. 24,25), deixa antes transparecer que eram virtuosos e compreensivos, pois aceitam um estrangeiro e desconhecido como companheiro de caminhada e a ele revelam toda a experiência de suas vidas, de esperança e de decepções.

6- Vejamos então o texto bíblico em sua expressividade evangélica, dividindo-o em cinco passos, e deixemos também que o nosso coração arda no mesmo fogo do amor de Deus.

1º PASSO: (Lc 24,13-17)

7- Nesses versículos, conta-se que os discípulos, decepcionados e sem esperança, partem para Emaús, ou seja, não ficam acomodados a uma situação, que, para eles, naquele momento, era de fracasso e de desilusão. Partilham a dureza daquela experiência e conversam sobre os acontecimentos, segundo o Evangelho também discutindo entre si. Mas, nesse momento difícil de suas vidas, Jesus deles se aproxima e se põe a caminhar com eles. Estavam, porém, cegos espiritualmente, a ponto de não reconhecerem o ressuscitado, com quem antes já haviam convivido e do qual eram discípulos.

 8- Vemos aqui o carinho de Deus, que, nas horas difíceis, sempre se coloca ao lado de quem sofre. E qual é, inicialmente, a atitude de Jesus? Não é, como vemos, a de um falador, de quem tudo sabe, mas sim a de quem procura ouvir primeiro, e, como se ignorasse tudo, faz-lhes então uma pergunta sobre o que eles falavam pelo caminho. 
Portanto, aproximar-se e ouvir deve ser a nossa primeira atitude diante do irmão que sofre, desesperançoso e sombrio. O samaritano, como exemplo do que aqui se diz, aproximou-se do ferido e o socorreu (cf. Lc 10,34).


(Pe. Valdiran Santos)

(continua...)