quinta-feira, 11 de julho de 2013

2ª Carta Pastoral à Arquidiocese de São Paulo Ano da fé 2012-2013 - Parte III

Estamos no Ano da Fé que está sendo contemplado com reflexão baseados em 12 textos da Bíblia os quais publicaremos durante as semanas seguintes, iniciando com um trecho da Carta de apresentação do Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer.
Que possam desfrutar desses momentos para que permaneçam firmes da fé não importando por qual situação estejam passando e possamos juntos dizer:
Senhor aumentai a nossa Fé! 

"...O Ano da Fé é, pois, um “tempo favorável” para renovar o conhecimento e apreço pela fé que recebemos, e para a professarmos com firmeza e alegria. Desejo, com esta Carta Pastoral, oferecer a todos os filhos e filhas da amada Arquidiocese de São Paulo uma reflexão motivadora e, ao mesmo tempo, as necessárias orientações para a vivência do Ano da Fé em nossa Comunidade Eclesial Metropolitana, colocada sob o patrocínio do Apóstolo São Paulo, grande missionário, mestre e testemunha da fé!"


3. “Perseveravam na doutrina dos Apóstolos” (cf At 2,42)


Muitas vezes, a fé é confundida com um desejo forte, uma vontade grande de querer algo: “tenho muita fé que vou fazer um bom negócio... que vou recuperar a saúde... que vou alcançar a vitória... Tenho fé em tempos melhores...” Esta é uma expectativa humana, mas ainda não é fé religiosa:
só o Mistério de Deus e as coisas que se relacionam com Ele são objeto de fé religiosa. Acima de tudo, cremos “em” Deus, na sua pessoa, no seu ser; todo o resto que cremos, decorre deste primeiro ato de fé: cremos em Deus.

Nossa fé cristã é, pois, mais que um sentimento vago, ou um desejo forte: é a adesão à pessoa de Deus e a tudo o que dele procede. Por isso nós afirmamos que cremos “em”; nossa fé também se traduz em afirmações de fé, em verdades de fé, que nossa inteligência elabora a partir daquilo que cremos. Nossa fé cristã tem, portanto, uma referência comum e nós podemos dizer – “eu creio”, e também - “nós cremos”.

No Batismo, recebemos a fé da Igreja, que se expressa nos artigos do Creio em Deus Pai (Credo); após a profissão de fé, o celebrante conclui com estas palavras: “esta é a nossa fé, que da Igreja recebemos e sinceramente professamos, razão da nossa alegria em Cristo Jesus, nosso Senhor”.
E, então, o celebrante pergunta: “Quereis que vosso filho/filha seja batizado na mesma fé da Igreja, que acabamos de professar?” E os pais e padrinhos respondem: “Queremos!”

Nossa Igreja, nas suas origens, recebeu esta fé do testemunho dos Apóstolos sobre Jesus. Nas origens da Igreja, uma das características da comunidade cristã era a perseverança “no ensinamento dos apóstolos” (cf At 2,42); fiel à “doutrina dos Apóstolos”, a Igreja elaborou os artigos do Creio, já nos primeiros séculos do Cristianismo e, até hoje, persevera nesta fé, não se desviando e procurando permanecer fiel à preciosa “herança apostólica”. A Igreja não “inventa” a cada época a sua fé, nem modifica a fé recebida dos Apóstolos. E nós, pelo Batismo, também acolhemos esse patrimônio da fé da Igreja, enriquecido pelo testemunho dos santos e dos mártires, e pela experiência da Igreja, ao longo dos séculos. É um dom muito precioso, que precisamos conhecer e valorizar!

Cada uma das afirmações do Creio é densa de conteúdo e significado. Para apreciar e amar mais nossa fé, é necessário conhecer melhor o que cremos. Só se valoriza e ama aquilo que se conhece. Por isso mesmo, neste Ano da Fé, somos convidados a conhecer mais e melhor o patrimônio da fé eclesial, explicada no Catecismo da Igreja Católica. Muitos falam e escrevem, por iniciativa pessoal, sobre a fé e a religião católica; por vezes, até se fazem afirmações não corretas, ou se deixam dúvidas no ar... O Catecismo da Igreja Católica nos traz a explicação oficial da fé da Igreja. O Papa e os Bispos, unidos a ele, são os responsáveis maiores por zelar pela fé da Igreja e têm a missão de garantir aos irmãos a correta explicação da fé.

(continua...)

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