domingo, 4 de agosto de 2013

2ª Carta Pastoral à Arquidiocese de São Paulo Ano da fé 2012-2013 - Parte VII


Estamos no Ano da Fé que está sendo contemplado com reflexão baseados em 12 textos da Bíblia os quais publicaremos durante as semanas seguintes, iniciando com um trecho da Carta de apresentação do Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer.
Que possam desfrutar desses momentos para que permaneçam firmes da fé não importando por qual situação estejam passando e possamos juntos dizer:
Senhor aumentai a nossa Fé! 




"...O Ano da Fé é, pois, um “tempo favorável” para renovar o conhecimento e apreço pela fé que recebemos, e para a professarmos com firmeza e alegria. Desejo, com esta Carta Pastoral, oferecer a todos os filhos e filhas da amada Arquidiocese de São Paulo uma reflexão motivadora e, ao mesmo tempo, as necessárias orientações para a vivência do Ano da Fé em nossa Comunidade Eclesial Metropolitana, colocada sob o patrocínio do Apóstolo São Paulo, grande missionário, mestre e testemunha da fé!"

7. “Eu sei em quem acreditei” (2Tm 1,12)

Na primeira Carta de Pedro, o autor dá instruções aos que haviam aceitado o Evangelho com fé e tinham recebido o Batismo, exortando-os ao crescimento e à perseverança no caminho iniciado; e também lhes aconselha:
“Estai sempre prontos a dar as razões da vossa esperança a todo aquele que vos pedir” (cf 1Pd 3,15). Em outras palavras, Pedro encoraja os fiéis a compreenderem sempre melhor a própria fé, para explicar aos outros por que creem e “como” creem.
Esta recomendação continua valendo ainda hoje para nós. Muitas pessoas são “frias” na fé e não vibram por aquilo que a Igreja crê, e que elas receberam no Batismo, talvez porque não conhecem a fé: só valorizamos e amamos aquilo que conhecemos. Por isso, a fé inicial precisa ser alimentada, para crescer, tornar-se robusta e produzir abundantes frutos de virtude e de vida cristã. Como dá para continuar crendo e praticando a fé, se ela nunca mais é alimentada? 
Talvez esteja aqui a explicação, por quê muitos fiéis católicos não conseguem responder a um questionamento ou provocação sobre a fé católica; e acabam deixando a fé e a Igreja. Como explicar o que não conhecemos, ou aprendemos de maneira equivocada? Como transmitir o que não amamos?
O alimento da fé é a Palavra de Deus, anunciada e acolhida com coração aberto; mas, também, a caridade, a prática da virtude, a Liturgia, a oração pessoal e comunitária, mediante a qual cultivamos nossa familiaridade e amizade com Deus; sem conversa e freqüentação da pessoa amada, não cresce o amor e a amizade... Poderia crescer, florescer e frutificar uma planta sem receber água e cuidados? Sem oração, como poderia crescer a amizade com Deus e dar frutos a fé?
A catequese está a serviço do crescimento e do amadurecimento da fé e da vida cristã. A catequese de iniciação à vida cristã acontece normalmente na infância e na adolescência; mas pode acontecer também na vida adulta. E há uma catequese que acompanha a vida inteira, pois o alimento espiritual não deve faltar ao longo de toda a vida. 
O Catecismo da Igreja Católica é um livro precioso, que todas as famílias deveriam ter em casa, junto com a Bíblia. Ele é indispensável para que as pessoas adultas continuem a estudar e a adquirir, ao longo da vida, uma fé robusta e esclarecida. 
O Papa Bento XVI recomenda que estudemos com intensidade o Catecismo da Igreja Católica. A leitura e o estudo do Catecismo da Igreja Católica também nos darão a possibilidade de resistir às muitas provas e contradições postas à fé e de afirmar, com São Paulo, com firmeza e consciência serena: “Eu sei em quem acreditei!” (2Tm 1,12). Por outro lado, o conhecimento melhor da fé, que a Igreja inteira professa, nos dá a percepção clara de que não estamos sozinhos e cremos com tantos outros, no mundo inteiro; que cremos como tantos outros creram e creem, inclusive santos e mártires, grandes missionários, teólogos, papas e bispos da Igreja, pessoas simples e ilustres, que creram antes de nós e continuam crendo ainda hoje.
Somos fortes na fé quando estamos na comunidade de fé, que também conta com a companhia dos santos e da imensa multidão de irmãos de fé que, durante 20 séculos, cultivaram e testemunharam a fé da Igreja! Nossa fé não é desprezível nem se podem ter enganado todas essas pessoas! Sim, sabemos em quem acreditamos!

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