terça-feira, 27 de agosto de 2013

2ª Carta Pastoral à Arquidiocese de São Paulo Ano da fé 2012-2013 - Parte IX


Estamos no Ano da Fé que está sendo contemplado com reflexão baseados em 12 textos da Bíblia os quais publicaremos durante as semanas seguintes, iniciando com um trecho da Carta de apresentação do Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer.
Que possam desfrutar desses momentos para que permaneçam firmes da fé não importando por qual situação estejam passando e possamos juntos dizer:
Senhor aumentai a nossa Fé! 






"...O Ano da Fé é, pois, um “tempo favorável” para renovar o conhecimento e apreço pela fé que recebemos, e para a professarmos com firmeza e alegria. Desejo, com esta Carta Pastoral, oferecer a todos os filhos e filhas da amada Arquidiocese de São Paulo uma reflexão motivadora e, ao mesmo tempo, as necessárias orientações para a vivência do Ano da Fé em nossa Comunidade Eclesial Metropolitana, colocada sob o patrocínio do Apóstolo São Paulo, grande missionário, mestre e testemunha da fé!"



9. “Acabei a minha corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7)


A perseverança na fé, até o fim, é uma questão crucial na vida de cada um; é uma preocupação que devemos ter sempre e uma graça, que devemos pedir muito a Deus. Jesus exorta os discípulos, de muitas maneiras, a ficarem firmes nas provações, a não serem inconstantes, a não abandonarem a sua companhia e o caminho do discipulado diante das provações: “quem perseverar até o fim, será salvo” (cf Mt 10,22).
Na cultura atual, onde tudo é descartável, tudo vai ao sabor da moda e das tendências do momento, onde tudo é medido pela vantagem imediata, pelo menor esforço e o máximo de satisfação, a perseverança na fé é, certamente, mais difícil. Com facilidade se abandona a fé e a prática da religião, quando não se consegue aquele “resultado” que se almeja mediante a oração e as práticas religiosas. Por vezes, a própria religião é praticada como uma espécie de imposição da vontade humana a Deus, em vez de ser a
humilde e sincera adoração de Deus e a obediência aos seus mandamentos.
Na verdade, isso não é de hoje. Já São Paulo observava, com preocupação: “Vai chegar um tempo em que muitos não suportarão a sã doutrina, mas, conforme seu gosto, se cercarão de mestres, que só atiçam o ouvido.
E assim, deixando de ouvir a verdade, eles se desviarão para as fábulas”. Por isso, ele exorta a Timóteo, seu colaborador: “Diante de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, eu te peço com insistência: proclama a Palavra, insiste oportuna e inoportunamente, convence, repreende, exorta, com toda a paciência e com a preocupação de ensinar” (cf 2Tm 4,15).
A verdade da fé não é passageira, pois refere-se a Deus e às realidades sobrenaturais e eternas, que não estão sujeitas à volubilidade do tempo e dos nossos gostos. Mas é preciso lembrar sempre: permanecer fiéis e perseverantes na fé, significa mais do que abraçar algumas verdades abstratas e absolutas: é um compromisso pessoal com a pessoa de Deus e com Jesus Cristo, de quem tem origem nossa fé. Por isso, São Paulo podia dizer que fazia tudo por Cristo e que seu viver é Cristo... Os mártires não morreram apenas por “verdades”, mas por Deus e por Cristo, para não serem infiéis a Deus e aos compromissos de consciência para com Ele.
A fé, que não é nutrida constantemente, fica frágil e pode desaparecer.
Condição para perseverar na fé, é alimentá-la constantemente na Palavra de Deus, na oração, na Eucaristia, na participação da vida da comunidade cristã e na prática das virtudes, sobretudo da caridade. A participação regular na Missa dominical é fundamental para permanecermos abertos e sintonizados com o “Mistério da fé”. E, se tivermos a preocupação de ajudar outras pessoas a chegarem a Deus e a encontrarem a fé, também nós teremos a graça de perseverar nela.
No fim da vida, São Paulo, já prisioneiro e à espera do martírio, podia afirmar com serena consciência: “combati o bom combate, terminei a minha corrida, guardei a fé. Agora, fico à espera da coroa de justiça que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia” (cf 2Tm 4,7-8). Oxalá, todos nós possamos dizer o mesmo no final de nossa vida!

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