segunda-feira, 12 de agosto de 2013

2ª Carta Pastoral à Arquidiocese de São Paulo Ano da fé 2012-2013 - Parte VIII


Estamos no Ano da Fé que está sendo contemplado com reflexão baseados em 12 textos da Bíblia os quais publicaremos durante as semanas seguintes, iniciando com um trecho da Carta de apresentação do Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer.
Que possam desfrutar desses momentos para que permaneçam firmes da fé não importando por qual situação estejam passando e possamos juntos dizer:
Senhor aumentai a nossa Fé! 




"...O Ano da Fé é, pois, um “tempo favorável” para renovar o conhecimento e apreço pela fé que recebemos, e para a professarmos com firmeza e alegria. Desejo, com esta Carta Pastoral, oferecer a todos os filhos e filhas da amada Arquidiocese de São Paulo uma reflexão motivadora e, ao mesmo tempo, as necessárias orientações para a vivência do Ano da Fé em nossa Comunidade Eclesial Metropolitana, colocada sob o patrocínio do Apóstolo São Paulo, grande missionário, mestre e testemunha da fé!"


8. Fica firme naquilo que aprendeste!

E sabes de quem o aprendeste (cf 2Tm 3,14)

A transmissão da fé aos outros é parte essencial da missão da Igreja; isso foi até mesmo tema da Assembleia do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2012, em Roma. De vários modos, a fé precisa ser transmitida de uma geração para outra; se isso não for feito, o dom precioso da fé deixa de ser passado para frente e se extingue.
Ao longo dos tempos, a fé foi geralmente transmitida no seio da família e da comunidade cristã frequentada pela família. Evidentemente, também aconteceu pela ação dos missionários e pregadores, mas sempre no seio da comunidade de fé, que é a herdeira, depositária e testemunha do “patrimônio da fé” da Igreja.

O Magistério da Igreja Católica, no seu âmbito universal, representado pelo Papa e pelos Bispos em comunhão com ele, zela para que a comunidade permaneça fiel à fé e a transmita de modo autêntico; em âmbito local, nas dioceses, os bispos em comunhão com o Papa, com seus padres, têm esta mesma missão de guardiães e mestres da fé. A animação e a condução da comunidade de fé é um serviço essencial da Igreja, recebido e exercido como uma vocação, uma graça divina, um carisma do Espírito Santo.
A Igreja, na sua profissão de fé, faz referência ao “ensinamento dos apóstolos”.

Todas as doutrinas e ensinamentos devem ser confrontados com o testemunho dos Apóstolos, transmitido a nós pela Sagrada Escritura e pela Tradição viva da fé da Igreja. Por isso, o que a Igreja transmite, e nós aprendemos dela no “ensinamento da fé”, não deve ser visto como ideia privada e subjetiva de alguém, ou como uma doutrina particular. É um “patrimônio” da Igreja, comunidade de fé.

A primeira comunidade cristã era perseverante “no ensinamento dos Apóstolos” (cf At 2,42). E São Paulo exorta Timóteo, um jovem Bispo colocado à frente de comunidades formadas a partir de sua pregação: “permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade. E sabes de quem o aprendeste!” (2Tm 3,14). Timóteo tinha aprendido de Paulo, que já estava na prisão, pronto para ser martirizado, depois de se ter entregue inteiramente por Cristo e pelo Evangelho (cf 1Tm 4,6).

Mas Paulo refere-se também à mãe e à avó de Timóteo, que lhe transmitiram a fé na infância: “recordo-me da fé sincera que há em ti, que habitou primeiro em tua avó, Lóide, e em tua mãe, Eunice” (cf 2Tm 1,5). No Livro do Deuteronômio, Deus ordena aos pais: “gravai estas minhas palavras em vossos corações. Ensinai-as a vossos filhos, falando-lhes delas, seja quando estiverdes sentados em casa, seja andando a caminho” (cf Dt 11,18-19).
Transmitir a fé no Deus dos pais, era um dever sagrado; abandonar a fé herdada dos pais, era impensável!

Também os pais e avós cristãos têm a missão importantíssima da transmissão da fé aos filhos. Ao celebrarem o Sacramento do Matrimônio na Igreja, os esposos prometem, diante de Deus, que irão “educar na fé os filhos, que Deus lhes enviar”. Os pais realizam esta missão quando criam na família um ambiente de fé, com oração freqüente, com sinais e símbolos religiosos na casa, no quarto dos filhos, com o testemunho do santo respeito a Deus, da caridade para com o próximo, da participação na Missa dominical; eles realizam essa missão quando apresentam os filhos para o batismo, ensinando-lhes a conhecer e amar a Deus e os encaminham para a catequese de iniciação à vida cristã e para os Sacramentos. Exorto, portanto, mães e pais a “gerarem” seus filhos também para a fé em Deus! Não há missão mais sublime e meritória!

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