segunda-feira, 27 de maio de 2013

ORIENTAÇÕES PARA FRATERNIDADE MISSIONÁRIA EMAÚS - PARTE V

(...CONTINUAÇÃO)

2.15. Seria bom que colaborássemos com um pouco de recurso para a formação de um pequeno caixa comunitário, isso segundo, a consciência e possibilidade de cada um.
Uma das características principais do cristianismo é a partilha. Toda atividade de Jesus foi uma escola da partilha, e essa partilha chegou ao ponto mais alto com a entrega livre e total de Sua própria Vida, para que todos tenham vida!
Os primeiros Cristãos compreenderam plenamente esse ensinamento de tal forma que, ao longo da História, a Igreja não se cansa de praticar a caridade.
O Livro dos Atos dos Apóstolos nos relata a experiência e a prática da solidariedade fraterna na Igreja Primitiva. 
(At 2,42-47; 4,32-37) e o Apóstolo Paulo nos conta com muito entusiasmo a atitude dos cristãos da Macedônia em ajudar com uma coleta a Igreja de Jerusalém (2Cor 8, 9; Rm 15,16).
A contribuição financeira que se pede aos membros da FME tem esse caráter evangélico e eclesial da partilha, e quer lembrar que não devemos nos apegar aos bens materiais que são efêmeros, passam e não têm nenhum valor diante do bem maior da nossa vida que é Cristo, nossa única riqueza: “Por causa de Cristo, porém tudo o que eu considerava como lucro, agora considero como perda. E
mais ainda: considero tudo uma perda, diante do bem superior que é o conhecimento do meu Senhor Jesus Cristo.
Por causa dele perdi tudo, e considero tudo como lixo a fim de ganhar Cristo. (Fl 3,7-8; 1Cor 4,9-13). O apego ás coisas da terra mata em nós as coisas do céu, nos torna avarentos e nos afasta da amizade de Deus. É nesse contexto que se insere a pobreza evangélica por causa do Reino de Deus, é Jesus Quem pede: “Não ajunteis para vós tesouro na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furam e roubam. Ajuntai para vós tesouro no céu ...” (Mt 6,19-21) e ainda: “Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo, o que tem, dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha, e siga-me!” (Mt 19,21)

2.16. Todo nosso trabalho, nossas forças e energias, nosso empenho e nossa vida devem ser gastos para as missões. Não podemos cansar, desanimar e se omitir de anunciar Jesus Cristo, Deus e Salvador da humanidade em comunhão plena com a Santa Igreja Católica.
Em nossos dias é natural que jovens morram por causa das drogas, criminalidade, futebol, pornografia etc. Digo natural aos olhos da sociedade que, mesmo sem aceitar a barbárie, encara esses fatos com certa normalidade.
Para essa mesma sociedade o que é anormal é um jovem se dedicar á vida religiosa, sacerdotal e consagrada. Dizem que é um desperdício. Fica difícil de entender porque há tanta benevolência com aqueles que estão trilhando caminhos tortuosos que só conduzem á morte, e há tanta crítica e
preconceito contra aqueles que querem fazer outra opção de vida. Ora, o direito que um jovem tem de dar a sua vida por um time de futebol, pela droga, pelo crime etc. É o mesmo direito que outro tem de oferecer a vida a Igreja, por Cristo, pelo povo. Não podemos aceitar essa inversão de valores.
Cada um emprega as suas energias e seus recursos onde melhor lhe convêm. Nós preferimos gastar nossa vida, nossos recursos e nossas energias no anúncio do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e no serviço aos pobres, nossos patrões! Com certeza é melhor do que entregar a vida aos vícios, ás más companhias e a tantas outras coisas ilusórias que só conduzem á perdição. Cristo é a plenitude da vida e todo aquele que o segue, terá a vida eternamente. 

2.17. Nosso Seguimento de Jesus - O Evangelho é a Nossa Regra de vida individual e comunitária.
- Os pobres são os nossos primeiros irmãos, e a pobreza evangélica é a nossa opção.
- A Santíssima Trindade é o nosso Espelho de Comunhão Fraterna.
- Maria, Mãe de Jesus é a nossa Mãe. São José; é nosso Patrono e Provedor.
- A Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, é a nossa Mãe e Mestra.
- Ir ao Encontro dos pobres, dos jovens e dos migrantes é a nossa Missão.
- A experiência dos discípulos no Caminho de Emaús é a nossa Espiritualidade com Jesus ressuscitado e com o povo.

Esses tópicos são uma síntese das nossas Orientações e do nosso Carisma. Essa síntese que nos coloca em órbita em torno de Cristo, nosso Sol. Quem está em órbita nunca para, e o sol nunca deixa na total escuridão. Busquemos a Cristo de coração puro e sincero, para nele encontrarmos a
doce alegria de viver e doar a vida para que o mundo creia que Jesus é o Senhor.
O Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, é a fonte inesgotável de onde bebemos a água cristalina da Salvação. Os pobres são os eleitos, amados e preferidos de Cristo, como pérolas que coroam sua missão (Mt 11, 25-30; Mt 25, 31-46; Lc 10, 21-37; Lc 16, 19-31). Os pobres também são os nossos amados preferidos e eleitos? Neles está o Cristo!
A Santíssima Trindade é um mistério de Deus Uno e Trino, um só Deus em três pessoas. O Pai criador de todas as coisas; o Filho encarnou-se em nossa História, assumiu nossa humanidade e, na cruz venceu o poder do pecado e da morte, ressuscitando dos mortos para a nossa eterna Salvação; o Espírito Santo é o Advogado, enviado por Jesus para confirmar e santificar a Igreja – Povo de Deus. O que mais impressiona na Trindade é a unidade perfeita. O amor incondicional, a harmonia admirável de um Deus que não é egoísta, isolado, mas comunhão de amor. Por isso, a Santíssima Trindade é o nosso espelho de comunidade de Koinonia e de Diaconia, para a glória de Deus e o bem do Povo de Deus.
Maria, a Mãe Santíssima de Jesus, com o seu castíssimo esposo São José, zelam por nós cheios de bondade e amor, nos protegendo e nos recomendando constantemente ao Pai.
A Santa Igreja Católica é a nossa Mãe, Mestra e guia no seguimento de Jesus; temos que escutar sempre o que o Espírito nos diz através da Igreja. Quem caminha com a Igreja não erra.
Nosso Carisma tem múltiplas facetas: Somos Missionários e temos bem claro em nossa vida a
consequência da Missão: com os pobres, com os Jovens e com os Migrantes. Nosso Carisma se fundamenta no caminho de Emaús. É aí que está a nossa espiritualidade, o nosso projeto de vida, o mistério mais profundo da nossa fé, vida e Missão. Cristo está vivo em nosso meio e nos envia em missão! Amém.

As Orientações foram escritas em Wenceslau Braz – PR no retiro em 24 de junho de 2002 - Festa de São João Batista e as reflexões, no retiro em Extrema-MG, 17-19 de abril de 2006 - Pe. Valdiran Santos


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