segunda-feira, 6 de maio de 2013

ORIENTAÇÕES PARA A FRATERNIDADE MISSIONÁRIA EMAÚS - Parte 2

.... continuação


2. ORIENTAÇÕES PARA A FRATERNIDADE MISSIONÁRIA EMAÚS– FME

2.1. A Fraternidade Missionária Emaús é uma associação formada por leigos (as) consagrados a Deus, pelas mãos de Maria para a missão evangelizadora na Igreja, tendo como ponto de referência a Pessoa de Jesus vivo e a sua práxis pastoral. Tem como princípio, evangelizar de modo especial os mais pobres, sofridos e abandonados da sociedade, levando em conta a missão de Jesus em Lc 4,16-20 e a sua predileção pelos sofredores Mt 25,35-45, dedicando especial atenção aos jovens, conforme a opção da Igreja Latino-Americana em Puebla em 1979.
Todos nós já fomos consagrados a Deus pelo Batismo e pela graça do Espírito Santo derramada em nossos corações, que é a fonte da nossa adesão a Cristo. Em qualquer estado de vida que possamos escolher. Quando se fala de leigo consagrado, fala-se de um estado de vida mais radical no seguimento de Jesus e na vivência do Batismo como uma implicação desse seguimento, ou seja, entregar-se a Cristo, sem medidas, como a única via que encerra todo bem e todas as realizações.
Maria de Nazaré é o modelo mais perfeito dessa consagração laical e desse seguimento. Mesmo sem entender o que Deus queria dela, se envolveu no mistério da Trindade e aceitou viver essa doação como uma resposta de amor.
Quando se faz uma opção radical por Jesus, deve-se também fazer a mesma opção pelos pobres e abandonados com os quais Jesus se identifica e pelos quais, Ele mesmo fez a sua opção preferencial. É da experiência de sofrimento dos pobres que extraímos a riqueza espiritual para vivermos mais intensamente o Evangelho e nos configurarmos ao Cristo Servo Sofredor.
A rigor, os pobres são os nossos patrões e nós missionários, somos os seus servos, pois no final de tudo, eles serão os nossos juízes (Lc 16,23-24). Daí todo o nosso cuidado, respeito e amor aos pobres de Cristo, dando-lhes toda a atenção e partilhando das suas alegrias e dos seus sofrimentos.
A consagração é um dom do Espírito Santo, quem se consagra também está em sintonia com “o que o Espírito diz à Igreja.” (Ap 3,22).
Nossa atenção se dirige em primeiro lugar aos pobres, aos jovens e aos migrantes, porque são os mais expostos a todo tipo de sofrimentos, as injustiças sofridas clamam aos céus.

2.2. A Fraternidade Missionária Emaús tem sua inspiração e sua espiritualidade no Evangelho de Lucas 24, 13-35, que conta-nos a belíssima experiência dos Discípulos de Emaús com Jesus ressuscitado.
O Evangelho de Lucas 24,13-35 é de uma profundidade e de uma riqueza sem igual, nesse texto evangélico encontramos tudo que é necessário para a consagração, vida comunitária e missão.
Quantas vezes nós nos sentimos desanimados e impotentes diante dos graves problemas sociais e humanos que somos obrigados a enfrentar todos os dias no meio dos pobres?! Mas, também quantas vezes nós nos sentimos reanimados e recuperados pela presença de Jesus vivo na Eucaristia, na Palavra de Deus e com a sua presença misteriosa no meio dos pobres, apesar de suas fraquezas!
Faz muito bem a nossa Fraternidade Missionária ter sua inspiração nesse texto de Emaús, porque Emaús continua acontecendo todos os dias na vida da Igreja, em nossas vidas e na vida do mundo.
Cristo continua nos ensinando: Ele é o nosso Mestre, caminha conosco. Ele está no meio de nós! Preside a Eucaristia, reparte o pão para nós. Revela-nos as Escrituras, abre-nos os olhos para a realidade da vida e envia-nos em missão. Ele é o Missionário por excelência que vai à nossa frente. Nossa missão é viver com Ele e anunciá-lo aos outros.

2.3. A partir do texto do Evangelho de Lucas 24,13-35 os irmãos e irmãs da Fraternidade se propõem livremente a viver a “espiritualidade do caminho” com Jesus vivo, na prática da acolhida, escuta, leitura orante da Bíblia, solidariedade com os sofredores e anúncio de Jesus, em torno da Santíssima Eucaristia, fonte de vida e de esperança para todos.
O Caminho é Cristo. O caminho está aberto e é Nele que devemos trilhar para aprender com o Mestre e viver a liberdade de amar. Amor que se manifesta concretamente na acolhida a todos, especialmente àqueles que não se sentem amados e por isso, se sentem infelizes, à margem esperando alguém que lhe mostre uma nova proposta de vida.
O caminho é o lugar apropriado da nossa ação, pois são muitos que estão á margem do caminho e, na caminhada devemos trazê-los para o centro, para que aprendam a caminhar conosco ao encontro do Senhor. O caminho também é o lugar privilegiado da contemplação, pois é no encontro, na acolhida, na oração, na Eucaristia, na Palavra de Deus e na face sofrida dos pobres e sofredores que contemplamos Jesus Cristo Crucificado e ressuscitado e com Ele construímos uma nova história.
No caminho encontramos; pedras, buracos, sede, fome, cansaço, dificuldades. Mas é também no caminho que encontramos pessoas acolhedoras, sombra, abrigo, poço, comida, água e solidariedade. No caminho encontramos de tudo, falamos de tudo, mas o anúncio fundamental que devemos fazer é que Cristo é o “Caminho, a Verdade e a Vida.” (Jo 14, 6).

2.4. A Fraternidade Missionária Emaús só pode existir e executar sua missão evangelizadora em plena
comunhão com a Santa Igreja Católica, Apostólica Romana, com a permissão sumamente necessária do Bispo e também do Pároco. Caminhar com a Igreja e nunca paralelo com a Igreja.
A Igreja é a obra mais perfeita do nosso Criador. É a primeira maravilha do mundo! Bela, cheia de esplendor que só podia ser a Esposa do Cordeiro e Seu Corpo místico na terra. A Igreja brotou do Coração de Cristo crucificado, foi confirmada pelo Espírito Santo no dia de Pentecostes e
foi regada, qual árvore esplêndida pelo sangue dos mártires.
Na Igreja vive Cristo Ressuscitado, o Espírito Santo a conduz pela história, o Pai a sustenta com o Seu amor e a Sua misericórdia. A Igreja é completa, perfeita, Una, Santa, Católica e Apostólica. Não há nada que a possa substituir.
Não há privilégio maior para uma pessoa do que ser católica! Pois é na Igreja, que nascemos para uma vida nova pela graça do Batismo. A Igreja é nossa Mãe. Nela nos nutrimos da Palavra de Deus e dos sacramentos, sobretudo da Eucaristia, dela bebemos dos ensinamentos recebidos do Salvador e de seus Apóstolos. A Igreja é nossa Mestra.
Nela nós temos a riqueza inesgotável que é a presença constante de seu Divino Fundador. O que seria de nós sem a Igreja? A nossa Fraternidade não pode caminhar á margem da Igreja, nós somos Igreja e temos que caminhar com a Igreja. Caminhar na unidade com os sucessores dos Apóstolos, nossos Pastores, é uma graça.

2.5. Maria Santíssima, Mãe de Jesus, primeira evangelizada e primeira evangelizadora é a Mãe, a Mestra e o modelo da nossa Fraternidade Missionária. Exemplo de Serva Fiel, Discípula por excelência do Senhor, Representante legítima dos pobres, cantora e profetiza da libertação. (Lc 1,26-56) Maria de Nazaré, a mulher mais perfeita e radiante da História da Salvação. Escolhida para ser mãe do Verbo de Deus, prontamente deu seu sim. Foi profundamente envolvida no mistério da Santíssima Trindade e se tornou toda de Deus – cheia de graça!
Nossa Mãe Santíssima, elevada acima de todos os anjos e de todos os santos, por que nela se antecipou todos os méritos da Redenção de Cristo Salvador.
Viveu intimamente unida a Cristo, seu filho, e a Igreja. Sua fidelidade ao projeto de Deus e sua disponibilidade para o serviço nos oferecem o modelo perfeito da serva e discípula do Senhor.
Escolhida entre os pobres, predileta do Pai, Maria é a pobre de Nazaré que, diante de Deus representa e apresenta os pobres e seus clamores por justiça e liberdade. Mãe do Filho de Deus, Mãe de Deus feito homem, nossa Mãe, Mãe da Igreja, Mãe e Mestra da nossa Fraternidade Missionária Emaús. Estava de pé junto à cruz do seu filho e estava presente quando os discípulos de Emaús levaram a noticia da aparição do Ressuscitado. Ela continua presente em nosso meio, e fica sempre com o coração cheio de alegria quando Ele é anunciado ao mundo.
Nossa Mãe Santíssima é nosso modelo de discipulado e de seguimento de Jesus! Ela nos ajuda a sermos servos fiéis de seu filho e a viver na santidade.
(continua....)

por: Pe. Valdiran dos Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário