segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A CRUZ DE CRISTO: DA MALDIÇÃO À REDENÇÃO - Parte I


  (Por Padre Valdiran Santos)


A Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa e as Igrejas Protestantes da Reforma veneram a Cruz de Cristo, como Sinal de Salvação. A cruz era o mais cruel e vergonhoso instrumento de morte usado pelo império romano. No entanto, a Cruz de Cristo foi o Altar onde Jesus se ofereceu como vítima ao Pai, pela salvação do mundo. A Cruz recebeu o Corpo de Jesus e foi purificada pelo Seu preciosíssimo Sangue derramado. A partir do sacrifício cruento de Jesus, a Cruz, tornou-se Sinal de vida, vitória e redenção e sinal do Cristianismo.

1. FIGURAS DA CRUZ NO PRIMEIRO TESTAMENTO
Segundo a narração do Livro dos Números, 21,4-9, a serpente de bronze  erguida numa aste, no deserto é sinal de salvação de Deus para o povo de Israel. Já era a prefiguração do próprio Cristo crucificado. (Cf. Jo 3,14). Conforme a Lei de Moisés, Dt 21, 22-23: “Se um homem sentenciado à pena de morte, for executado e suspenso numa árvore, seu cadáver não poderá permanecer na árvore durante à noite. Você deverá sepultá-lo  no mesmo dia, pois quem é suspenso torna-se um maldito de Deus. Desse modo você não tornará impuro o solo que Javé seu Deus lhe dará como herança.”(Gl 3,13). No Profeta Ezequiel a cruz aparece como sinal de salvação e de proteção: “Javé falou com ele: “Percorra a cidade de Jerusalém e marque com uma cruz a testa dos indivíduos que estiverem se lamentando e gemendo por causa das abominações que se fazem no meio dela”.  (Ez 9,4) e ainda: “Só não matem os indivíduos marcados com a cruz”. (Ez 9,6). Essa marca também aparece em Ap 14,1: “Traziam a fronte marcada com nome dele e do seu Pai.”

2. A CRUZ ERA APLICADA COMO SUPLÍCIO CRUEL PELO IMPÉRIO ROMANO
“Deus não nos podia ter demonstrado o Seu amor de forma mais eficaz que Se deixar pregar na cruz na pessoa de Seu Filho. A cruz era a forma de execução mais vergonhosa e severa da antiguidade; a título de exemplo, os cidadãos romanos, independentemente da gravidade da culpa, nunca deveriam ser crucificados. Portanto, Deus entrou no sofrimento mais abissal da humanidade, desde então, ninguém mais pode dizer: “Deus não sabe que sofro.” (You Cat: 101).

3. A CRUZ COMO SINAL DE SALVAÇÃO NO SEGUNDO TESTAMENTO
“IN HOC SIGNO VINCES” – “POR ESTE SINAL VENCERÁS”

OS ANÚNCIOS DE JESUS:
Aos Doze: Jesus tomou consigo os doze discípulos em particular e, durante a caminhada, disse para eles: “ Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos chefes dos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o entregarão à morte e o entregarão aos pagãos para zombarem dele, flagelá-lo e crucificá-lo. E no terceiro dia ele ressuscitará.” (Mt 20, 17-19).
A Nicodemos: “Assim como Moisés levantou a serpente no deserto do mesmo modo é preciso que o Filho do Homem seja levantado”. (Jo 3,14).
À multidão: “Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim”. (Jo 12,32).

Reação do povo:
“Todos gritaram: “Seja crucificado!” (Mt 27,22; Mc 15,13-14; Lc 23, 22-23; Jo 19,15).

Reação dos poderosos:
“Responderam os chefes dos sacerdotes: “Não temos outro rei além de César”. Então, finalmente Pilatos entregou Jesus a eles para que fosse crucificado”. (Jo 19, 15-16).

Reação de Pilatos:
“Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus, e o entregou para ser crucificado”  (Mt 27,26; Mc 15,15;  Lc 23, 24-25).

Atitude de Jesus:
“Jesus carregou a cruz ás costas e saiu para um lugar chamado gólgota”. (Jo 19,17); “Humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fl 2,8).

Atitude de Simão:
“Enquanto levaram Jesus para ser crucificado, pegaram certo Simão, da cidade de Cirene, que voltava do campo, e o forçaram a carregar a cruz atrás de Jesus”. (Lc 23,26).

Crucificaram Jesus:
“Quando chegaram ao chamado “lugar da caveira”, aí crucificara Jesus e os criminosos, um à sua direita e outro á sua esquerda”. (Lc 23,33; Jo 19,17-18). “As pessoas que passavam por aí o insultavam balançando a cabeça e dizendo: “Ei! Você que ia destruir o Templo, e reconstrui-lo em três dias, salve-se a si mesmo! Desça da cruz!”  (Mc 15,29-30).

A Igreja ao pé da cruz:
“A mãe de Jesus, a irmã de mãe dele, Maria de Cleófas, e Maria Madalena estavam junto à cruz”. (Jo 19,25).

Jesus vence a morte na Cruz:
“Então o anjo disse às mulheres: “Não tenham medo. Eu sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui. Ressuscitou como havia dito!” (Mt 28, 5-6; At 2,36; 4,10; 5,30-31; 2Cor 13,4; Fl 2,8-9; Hb 12,2).

(continua....)


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