segunda-feira, 4 de junho de 2012

OS LIVROS DEUTEROCANÔNICOS DA BÍBLIA - FORMAÇÃO PARTE II


Por: Pe. Valdiran dos Santos


(...continuação)

Um documento conhecido como Decreto Gelasiano (496 d.C) também confirma a canonicidade dos deuterocanônicos.[carece de fontes]

 Lista dos livros deuterocanônicos do Antigo testamento e Novo testamento

São deuterocanônicos (ou apócrifos pelos Protestantes) do Antigo Testamento e do Novo Testamento os seguintes livros bíblicos:
            
Antigo Testamento:  Tobias, Judite, I Macabeus e II Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (também chamado Sirácide ou Ben Sirá), Baruc (ou Baruque).
Fora os livros deuterocanônicos podemos também encontrar fragmentos deuterocanônicos dentro de livros canônicos como:  adições em Ester, adições em Daniel - nomeadamente os episódios da História de Susana e de Bel e o dragão
            
Novo Testamento (inicialmente rejeitados pelos protestantes, mas,  posteriormente incluídos em suas Bíblias, no século XX):
 Hebreus, Tiago, Judas, II Pedro, II João e III João e Apocalipse.

Além desses livros, há três fragmentos deuterocanônicos encontrados nos livros chamados protocanônicos pelos católicos, são os seguintes trechos:

Evangelho de Marcos - O final de Marcos (16,9-20).
Evangelho Lucas - O episódio do suor de sangue em Lucas (22,43-44),
Evangelho João - (5:3'-4).  Evangelho João - A cena da mulher adúltera em João (7,53-8,11).
Evangelho João - E todo o Capítulo 21 de João, (21,1-25).

Os Deuterocanônicos e a Igreja Antiga
            Estes livros eram já conhecidos pelos cristãos, que os citavam e utilizavam. Os estudiosos encontraram citações destes livros nas obras de Ireneu, Justino, Agostinho, Jerônimo, Basílio Magno, Ambrósio e muitos outros.[carece de fontes] Assim, continuaram a ser considerados como inspirados por muitos deles.  Muitos dos Pais da Igreja reconheceram o caráter canônico destes livros. Foi o caso de Ireneu, Justino Mártir, Santo Agostinho, Cirilo[desambiguação necessária], Cipriano, Orígenes.[carece de fontes]Jerônimo inicialmente negou a canonicidade dos deuterocanônicos. Porém, os estudiosos encontraram uma mudança posterior de sua opinião em suas cartas escritas a Rufino de Aquileia e a Paulino, Bispo de Nola. Embora existissem algumas poucas discordância nas opiniões dos Pais da Igreja, esta discordância parece ter sido resolvida depois, ou então não influenciou o parecer comum da Igreja antiga, que continuou usando-os como canônicos.
 A aceitação comum dos deuterocanônicos como livros sagrados pode-se ainda atestar nas primeiras versões Bíblicas, como a Vetus Latina e a Vulgata. No Oriente, a Septuaginta foi adotada como a versão oficial do Antigo Testamento.

Origem dos deuterocanônicos do Antigo Testamento
            Os livros deuterocanônicos foram escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, numa época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, cessara por completo a revelação divina. Entretanto segundo os Evangelhos a revelação do AT durou até João Batista (cf. Mt 11,12-13 e Lc 16,16).
Os textos deuterocanônicos, atrás referidos, chegaram até nós apenas em grego (alguns escritos originalmente nessa língua, outros traduzidos duma versão hebraica, que se perdeu), fazendo parte da chamada Bíblia dos Setenta, ou Septuaginta, a tradução da Bíblia em grego, feita por volta do séc. III a.C, para uso dos judeus da Diáspora, e adotada pelos cristãos desde o início como seu texto bíblico de referência. Tais textos não se encontram, pois, na Bíblia Hebraica ou Tanakh.
 Num famoso encontro de rabinos judeus, o chamado Concílio de Jâmnia, realizado nos finais do séc. I d.C, destinado a procurar um rumo para o judaísmo, após a destruição do Templo de Jerusalém, no ano 70 d.C, os participantes decidiram considerar como textos canônicos do judaísmo apenas os que existiam em língua hebraica e que remontassem ao tempo do profeta Esdras.
 Apesar da crítica moderna afirmar que vários livros que constam no Cânon Hebraico são posteriores ao tempo de Esdras (como é o caso do Livro de Daniel), os estudiosos explicam que os Fariseus não dispunham do método científico que existe hoje para se datar uma obra, ou mesmo para se atribuir a ela um autor. De qualquer forma, os critérios por eles adotados excluíram os livros deuterocanônicos do Cânon Hebraico (ou Judaico).

(continua...)

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