quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Carta de dom Milton Kenan Júnior – novembro 2012


Caríssimos irmãos e irmãs,
Graça e Paz!


A Comemoração de todos os fiéis defuntos e a Solenidade de todos os Santos e Santas de Deus, que ocorrem no início do mês de novembro nos dão a oportunidade de refletir sobre a realidade da morte e a ressurreição!

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) afirma: “A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar a vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Quanto tiver terminado o “único curso de nossa vida terrestre” (LG 48), não voltaremos mais a outras vidas terrestres. “Os homens devem morrer uma só vez” (Hb 9,27). Não existe “reencarnação” depois da morte” (n. 1013).

A morte, portanto, lembra-nos a nossa responsabilidade diante da nossa vida e dos nossos atos. Podemos dizer que para morrer bem é preciso viver bem! A melhor preparação para a morte, para nós, será dedicar-nos com responsabilidade às nossas tarefas e realizarmos com generosidade nossa vocação, amando a Deus e aos irmãos e às irmãs.

No Cântico das Criaturas, São Francisco canta: “Louvado sejais, meu Senhor, por nossa irmã, a morte corporal, da qual homem algum pode escapar. Ai dos que morrerem em pecado mortal, felizes aqueles que ela encontrar conforme a vossa santíssima vontade, pois a segunda morte não lhes fará mal.” (CIC 1014)

Mas, se por um lado a Comemoração de todos os fiéis defuntos nos fala da realidade certa da morte, a Solenidade de todos os Santos e Santas de Deus nos remete ao mistério da Ressurreição.

Os Santos e Santas alcançaram a garantia da ressurreição, participando, portanto, desde já daquela glória que Deus prepara para os que O amam. Eles nos estimulam a percorrer os caminhos do mundo, vivendo as bem-aventuranças (cf. Mt 5,1-12), tendo os olhos fixos na coroa da glória que Deus reserva aos que são fiéis ao seu amor!

A Solenidade de todos os Santos e Santas de Deus nos convida a relembrar e reverenciar a memória não só daqueles irmãos e irmãs nossos que foram elevados à glória dos altares, mas aqueles que viveram a santidade e permanecem no anonimato. Assim, relembramos aqueles nossos irmãos e irmãs, membros de nossas comunidades, que conosco ouviram a Palavra de Deus, alimentaram-se da Eucaristia, participaram de nossas assembleias e assumiram conosco o compromisso de tornar este mundo mais justo e fraterno, e, que hoje terminada sua peregrinação terrestre, estão na Jerusalém celeste!

Pensemos de maneira especial nos muitos santos e santas: pais e mães de família, leigos e leigas, jovens e anciãos, religiosos e religiosas, padres e bispos que deixaram na Igreja a marca da sua presença e do seu serviço! Como eles hoje somos nós chamados à santidade!

Será importante considerar que um dos frutos do Concílio Vaticano II, cujos 50 anos de sua abertura celebramos, é o chamado universal à santidade e ao apostolado. O Concílio afirma: “...todos os fiéis, seja qual for o seu estado ou classe, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade”: por esta santidade promove, também na sociedade terrena, um teor de vida mais humano. Empreguem os fiéis as forças recebidas segundo a medida da dádiva de Cristo, para alcançar esta perfeição, a fim de que, seguindo os seus exemplos, tornando-se conformes à sua imagem e obedecendo em tudo a vontade do Pai, se dediquem à glória de Deus e ao serviço do próximo. Assim a santidade do povo de Deus, crescerá florescendo abundantes frutos, como o demonstra brilhantemente, através da história da Igreja, a vida de tantos santos.” (LG 40).

Dando início ao ANO DA FÉ, na Arquidiocese de São Paulo, no próximo domingo, dia 4, em todas as paróquias deverão destacar-se o testemunho de fé dos santos, convidando os fiéis a viver intensamente a sua fé, alcançando cada um e cada uma a santidade para qual somos todos chamados!

Para esta celebração de abertura do ANO DA FÉ, deverá estar chegando às paróquias e comunidades a 2ª Carta Pastoral de Dom Odilo, cujo título é “Senhor, aumentai a nossa fé!”. Será importante distribuir os seus exemplares à cada família da paróquia, convidando a todos à leitura atenta da Carta e à sua meditação. E na celebração do dia 4 de novembro, será importante utilizar a Profissão da Fé que se encontra no final da Carta Pastoral, para que toda a comunidade reunida professe publicamente a fé, tomando consciência da importância deste gesto e da responsabilidade que daí decorre!

Dando início ao ANO DA FÉ, na Região Episcopal, convido um grupo que represente cada paróquia na celebração que deverá ocorrer na Igreja Nossa Senhora das Dores, Taipas, às 9h30 da manhã. Seria significativo que integrassem este grupo, catequistas e ministros da Palavra! Desde já agradeço aos que atenderem ao meu pedido!

Na Catedral da Sé, Dom Odilo fará a abertura do ANO DA FÉ, com Solene Eucaristia, às 11h, contando com a presença de movimentos, associações de fiéis e novas comunidades! Todos, porém, sintam-se convidados a participar desta celebração eucarística junto com o nosso Arcebispo!

A todos meu abraço e minha bênção, e votos de que possamos avançar na vivência da fé, neste ano que lhe será consagrado!

Em Cristo Jesus e sua Mãe,

Dom Milton Kenan Júnior
Bispo Auxiliar de S. Paulo
Vigário Episcopal da Região Brasilândia

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