domingo, 17 de março de 2013


Compartilhado no facebook por Valdiran dos Santos

Lendo o significadfo dos gestos! 
O Papa Francisco por Júlio Lázaro Torma*
" Francisco, não vês que a minha casa esta em ruínas?
Vai pois e restaura a para mim?"
(Crucifixo di San Damiano)
Olhando a lista dos Papas o único nome em que não se encontra é o de Francisco, Francesco o " Poverello " de Assis o Pobrezinho.
Mesmo que contra a vontade de São Francisco de Assis, temos Bispos,Arcebispos, Cardeais Franciscanos.Bem como já sentou no trono de Pedro, Papas oriundos dos filhos do Pobrezinho de Assis (Frades Menores, Conventuais,Capuchinhos).
Mas nenhum púrpurado, mesmo sendo dos filhos do Poverello,teve a coragem de escolher para si o nome de " Francisco I" e ter o seu nome anunciado no balcão da Basílica de São Pedro.
" Habemus Papam... Anuncio-vos com grande alegria que temos Papa:( ...) Cardeal da santa Igreja Romana, que escolheu o nome de FRANCISCO I".
O nome da pessoa mostra o perfil em que será esta pessoa, seu estilo de ser e no caso do Papa, como ele devera conduzir a Igreja, o aprisco a ele confiado.
Passados oito séculos, Francisco Bernadone, é um grande desafio para a Igreja e para a humanidade.
Todos nós diferente de credo o admiramos e temos dentro de si um Francisco de Assis, o " louco", o " poeta", o " arauto do grande Rei".
O jovem que subverteu a Igreja de seu tempo, vivendo e desposando a " Dama pobreza", não era " Maior", presbítero ou bispo, mas um simples leigo que queria ser o Menor dos menores, viver a radicalidade do Evangelho entre os pobres, excluídos e abandonados.
Por questões burocráticas alguns biógrafos o colocam como diácono e outros estudiosos declaram São Boaventura de Bognoreggio( 1218-1274), como fundador canônico da Ordem Franciscana.
Francisco Bernardone filho do rico lojista de Assis, Pedro Bernardone que importava tecidos finos da França para a Úmbria fascina e ao mesmo tempo incomoda a IGREJA.
Francisco se despoja de tudo e vai viver entre os pobres e se torna o menor dos menores, " aquele que serve", na praça pública, diante do bispo Dom Guido I e de seu pai Pedro Bernardone,do povo se despoja e entrega as roupas ao pai.
Segundo Paulo VI , com " esta Igreja será muito difícil termos um papa Francisco".
Assim como no século XII a Igreja esta em processo de desabar e precisa de um Francisco que a reforme, segure as paredes como sonhou o poderoso Papa Inocêncio III.
Que ele faça ela voltar ao seu primeiro amor que é se entregar ao seu amado.
A Igreja deveria se despojar de seu rico patrimônio, do Banco do Vaticano e de seu poder temporal, que gera muitos conflitos, cobiças e rivalidades pelo comando da Igreja para satisfazerem o seu ego e não se colocar a serviço.
Assim deve ser fazer o novo Papa, como Francisco destruiu o convento construído por Frei Elias Bombaroni, para acolher os irmãos da ordem.
Que a Igreja seja como falava o Papa João XXIII; " Igreja dos pobres, para ser a Igreja de todos", uma Igreja, pobre, acolhedora, serva que seja a menor entre os menores.
Despojada de todo o poder temporal e de alianças com os poderes políticos e financeiros.
Uma Igreja que a exemplo de " Cristo e os Apóstolos não possuíam propriedades nem individual, nem comum e não tinham direito sobre coisa alguma; por isso os filhos de São Francisco deveriam assim viver, não possuindo( nem comunitariamente) o que quer que fosse"( Capítulo Geral da Ordem dos Comunitários, 1322).
Que " esteja no meio de gente comum e desprezada, de pobres e fracos, enfermos e leprosos e mendigos de beira de estrada" (São Francisco de Assis, Regra Não Bulada).
O Papa Francisco I ,ao se apresentar ao balcão da Basílica de São Pedro, se desvencilha de todo o poder, diante do colégio cardinalício, da multidão e da mídia mundial. Onde retira as vestes magna de Sumo Pontífice e entrega aos cardeais e fica só com a túnica branca e o crucifixo.
Os cardeais ao verem a cena se lembram de sua nudez como filhos de Adão e o Papa Francisco, mostra ao mundo o verdadeiro patrimônio da Igreja, que não são os bens materiais, fortunas, propriedades, mas como disse o diácono Lourenço ao imperador Valeriano(+ 258), antes de sofrer os suplícios do martírio, ao lhe apresentar os pobres e excluídos.
" Eis aqui os nossos tesouros ( os pobres), que nunca diminuem, e podem ser encontrados em toda parte".
Mas como sei que não teremos um Papa como Francisco de Assis, não custa sonhar, pois é a única coisa que ninguém vai tirar do ser humano que é o direito a sonhar e delirar.
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* Membro da Equipe Arquidiocesana da Pastoral Operária de Pelotas/ RS

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