Por: Pe. Valdiran dos Santos
(...continuação)
Um documento conhecido como Decreto Gelasiano (496 d.C) também confirma
a canonicidade dos deuterocanônicos.[carece de fontes]
Lista dos livros
deuterocanônicos do Antigo testamento e Novo testamento
São deuterocanônicos (ou
apócrifos pelos Protestantes) do Antigo Testamento e do Novo Testamento os
seguintes livros bíblicos:
Antigo Testamento: Tobias, Judite, I Macabeus e II Macabeus,
Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (também chamado Sirácide ou Ben Sirá), Baruc
(ou Baruque).
Fora os livros deuterocanônicos podemos também encontrar fragmentos
deuterocanônicos dentro de livros canônicos como: adições em Ester, adições em Daniel -
nomeadamente os episódios da História de Susana e de Bel e o dragão
Novo Testamento (inicialmente rejeitados pelos protestantes, mas, posteriormente incluídos em suas Bíblias, no
século XX):
Hebreus, Tiago, Judas, II Pedro,
II João e III João e Apocalipse.
Além desses livros, há três
fragmentos deuterocanônicos encontrados nos livros chamados protocanônicos
pelos católicos, são os seguintes trechos:
Evangelho de Marcos - O final de
Marcos (16,9-20).
Evangelho Lucas - O episódio do
suor de sangue em Lucas (22,43-44),
Evangelho João - (5:3'-4). Evangelho João - A cena da mulher adúltera em
João (7,53-8,11).
Evangelho João - E todo o
Capítulo 21 de João, (21,1-25).
Os Deuterocanônicos e a Igreja Antiga
Estes
livros eram já conhecidos pelos cristãos, que os citavam e utilizavam. Os
estudiosos encontraram citações destes livros nas obras de Ireneu, Justino,
Agostinho, Jerônimo, Basílio Magno, Ambrósio e muitos outros.[carece de fontes]
Assim, continuaram a ser considerados como inspirados por muitos deles. Muitos dos Pais da Igreja reconheceram o
caráter canônico destes livros. Foi o caso de Ireneu, Justino Mártir, Santo
Agostinho, Cirilo[desambiguação necessária], Cipriano, Orígenes.[carece de
fontes]Jerônimo inicialmente negou a canonicidade dos deuterocanônicos. Porém,
os estudiosos encontraram uma mudança posterior de sua opinião em suas cartas
escritas a Rufino de Aquileia e a Paulino, Bispo de Nola. Embora existissem
algumas poucas discordância nas opiniões dos Pais da Igreja, esta discordância
parece ter sido resolvida depois, ou então não influenciou o parecer comum da
Igreja antiga, que continuou usando-os como canônicos.
A aceitação comum dos
deuterocanônicos como livros sagrados pode-se ainda atestar nas primeiras
versões Bíblicas, como a Vetus Latina e a Vulgata. No Oriente, a Septuaginta
foi adotada como a versão oficial do Antigo Testamento.
Origem dos deuterocanônicos do
Antigo Testamento
Os
livros deuterocanônicos foram escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, numa
época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, cessara por completo a
revelação divina. Entretanto segundo os Evangelhos a revelação do AT durou até
João Batista (cf. Mt 11,12-13 e Lc 16,16).
Os textos deuterocanônicos, atrás referidos, chegaram
até nós apenas em grego (alguns escritos originalmente nessa língua, outros
traduzidos duma versão hebraica, que se perdeu), fazendo parte da chamada
Bíblia dos Setenta, ou Septuaginta, a tradução da Bíblia em grego, feita por
volta do séc. III a.C, para uso dos judeus da Diáspora, e adotada pelos
cristãos desde o início como seu texto bíblico de referência. Tais textos não
se encontram, pois, na Bíblia Hebraica ou Tanakh.
Num famoso
encontro de rabinos judeus, o chamado Concílio de Jâmnia, realizado nos finais
do séc. I d.C, destinado a procurar um rumo para o judaísmo, após a destruição
do Templo de Jerusalém, no ano 70 d.C, os participantes decidiram considerar
como textos canônicos do judaísmo apenas os que existiam em língua hebraica e
que remontassem ao tempo do profeta Esdras.
Apesar da
crítica moderna afirmar que vários livros que constam no Cânon Hebraico são
posteriores ao tempo de Esdras (como é o caso do Livro de Daniel), os
estudiosos explicam que os Fariseus não dispunham do método científico que
existe hoje para se datar uma obra, ou mesmo para se atribuir a ela um autor.
De qualquer forma, os critérios por eles adotados excluíram os livros
deuterocanônicos do Cânon Hebraico (ou Judaico).
(continua...)
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