(...continuação)
Deuterocanônicos do Novo Testamento
Houve livros e
trechos do Novo Testamento considerados deuterocanônicos pelos católicos e
apócrifos pelos protestantes, os livros de Tiago, Hebreus, Apocalipse, 2 Pedro
e 2 e 3 João, assim como trechos dos Evangelhos.
Lutero
chegou até mesmo não considerar de forma nenhuma canônicos Hebreus, Tiago,
Judas e Apocalipse, que na sua tradução da Bíblia para o Alemão deixou-os num
apêndice sem numeração de páginas, e assim o mesmo com os deuterocanônicos do
AT. Depois os demais reformadores decidiram que estes livros até então chamados
de apócrifos do Novo Testamento deveriam voltar à Bíblia, durante o século XX.
Os deuterocanônicos e a Igreja da
Idade Média e Moderna
No
início do séc. XV, um grupo dissidente da Igreja Copta (também chamados de
Monofisistas), conhecidos como Jacobitas questionaram o Cânon Alexandrino entre
outras coisas. Em 1441, O Concílio Ecumênico de Florença, através da Bula
Cantate Domino (4/2/1442) reafirma o caráter canônico do Cânon Alexandrino. Com a Reforma Protestante, Lutero volta a
questionar o caráter canônico dos Deuterocanônicos. Em 1545, é convocado o
Concílio de Trento, que novamente reafirma os antigos concílios, e mantém
caráter canônico do Cânon Alexandrino do século III a.C.
No início não houve consenso entre os Protestantes
sobre o Cânon do AT e do NT. O Rei Jaime I da Inglaterra, responsável pela
famosa tradução KJV (King James Version), defendia que os Deuterocanônicos, bem
como os protestantes da Inglaterra também concordavam, deveriam continuar
constando nas Bíblias Protestantes e por muito tempo os Deuterocanônicos foram
aceitos como inspirados (por mais de três séculos) até o inicio do século XX.
Os deuterocanônicos e a Igreja da
Idade Contemporânea
Muitos
cristãos protestantes têm denominado esses livros como "apócrifos"
por alegarem que neles existam incoerências e falta de concretização de fatos
narrados nesses livros, chegando a abdicarem da utilização dos mesmos nas suas
listas, não os considerando divinamente inspirados. Outro argumento apontado é de que foram
escritos no período intertestamentário (período de 400 anos compreendidos entre
o Novo e o Velho testamento), ou seja em um período que segundo os teólogos
reformadores Deus não teria levantado nenhum profeta (também conhecido como
"silêncio profético").
Deuterocanônicos nas primeiras
bíblias cristãs
Como a história
já registra,[carece de fontes] os deuterocanônicos já faziam parte da vida dos
judeus através da tradução grega chamada Septuaginta ou Tradução dos Setenta
(LXX). Na primeira tradução da Bíblia para o Latim, conhecida como Vetus Latina
já continha os deuterocanônicos do AT. A Vulgata, tradução empreendia por São
Jerônimo no séc. IV também continha os deuterocanônicos do AT. Mais tarde, a
primeira Bíblia impressa da história, conhecida como a Bíblia de Gutenberg (ver
Projeto Gutenberg) também já continha os livros deuterocanônicos do AT. Também
nas versões protestantes como a KJV (King James Version) e Reina-Valera
inicialmente também estavam incluidos os deuterocanônicos do AT.[carece de
fontes]
Bibliografia
BITTENCOURT, Benedito P. O Novo
Testamento – Cânon – Língua – Texto. São Paulo: Aste, 1965.
LIMA, Alessandro. O Cânon
Bíblico - A Origem da Lista dos Livros Sagrados. São José dos Campos-SP:
Editora COMDEUS, 2007.
PASQUERO, Fedele. O Mundo da
Bíblia, Autores Vários. São Paulo: Paulinas, 1986.
ROST, Leonard. Introdução aos
Livros Apócrifos e Pseudo-Epígrafos do Antigo Testamento. São Paulo: Paulinas,
1980.
SHELLEY, Bruce L. História do
Cristianismo ao alcance de todos: uma narrativa do desenvolvimento da Igreja
Cristã através dos séculos. São Paulo: Shedd, 2004.
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