1.PARA ENTENDER MELHOR:
O número sete na Bíblia é igual à
perfeição que se refere a Deus. Em sete dias, Deus criou o mundo e descansou. Portanto
o número sete é um número teológico e por isso assume uma importância simbólica
tanto na Tradição Judaica quanto na Tradição Cristã. É nesse contexto que se
desenvolve a tradição de luto de sete dias, conforme os textos seguintes:
- O luto de Jacó durou
sete dias (Gn
50,10)
- O povo chorou a
morte de Judite durante sete dias
(Jt 16, 24)
- O luto por um morto dura sete dias (Eclo 22, 11)
Para nós é importante continuar essa
tradição porque somos Cristãos; homens e mulheres de esperança cremos na vida
eterna e cremos que a morte não é o fim de tudo, mas o começo de uma nova vida.
“Cristo, morrendo, destruiu a morte e ressuscitando dos mortos deu-nos a vida.”
Quando rezamos diante de um corpo,
estamos diante de alguém que, pelo batismo foi o templo da Santíssima Trindade.
(1Cor 2,16-17) e confiamos plenamente na ressurreição conforme, Jesus prometeu:
“Eu sou a ressurreição e a vida”.
2. A FÉ JUDAICA NA
VIDA APÓS A MORTE
2Macabeus 12,43-45 “Então fizeram uma coleta individual, reuniram
duas mil moedas de prata e mandaram para Jerusalém, a fim de que fosse
oferecido um sacrifício pelo pecado. Ele agiu com grande retidão e nobreza,
pensando na ressurreição. Se não tivesse esperança na ressurreição dos que
tinham morrido na batalha, seria coisa inútil e tola rezar pelos mortos. Mas,
considerando que existe uma bela recompensa guardada para aqueles que são fiéis
até à morte, então esse é um pensamento santo e piedoso. Por isso, mandou oferecer um sacrifício pelo pecado dos
que tinham morrido, para que fossem libertados do pecado”.
Ecle 11,7 “Então o pó volta para a terra
de onde veio, e o sopro vital retorna para Deus que o concedeu”.
Sb 3,1-4 “As almas dos justos, ao
contrário, estão nas mãos de Deus, e nenhum tormento as atingirá. Aos olhos dos
insensatos, aqueles pareciam ter morrido, e o seu fim foi considerado como
desgraça. Os insensatos pensavam que a partida dos justos do nosso meio era um
aniquilamento, mas agora estão em paz”.
Jó 19,25-27 “Eu sei que o meu Redentor está vivo
e que no fim se levantará acima do pó. Eu mesmo o verei, e não outro; eu o
verei com os meus próprios olhos”.
Dn 12,3 “Muitos
que dormem no pó despertarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha e
a infâmia eternas, os sábios brilharão
como
brilha o firmamento e os que ensinam a muitos a justiça brilharão para sempre
como estrelas”.
3. A FÉ CRISTÃ NA
RESSURREIÇÃO
Para nós cristãos morrer significa
passar da morte para a vida, é ir ao encontro com o Pai e viver eternamente no
seu convívio. Para os que crêem em Deus “a vida não é tirada, mas
transformada”. No Novo Testamento há inúmeras passagens que falam da
ressurreição e da vida eterna. Esses textos são o fundamento da nossa fé e da
nossa esperança. Vejamos alguns:
-
“Então
o anjo disse às mulheres: ”Não tenham medo. Eu sei que vocês estão procurando
Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui. Ressuscitou como havia dito”.
(Mt 28,5-6);
- “Jesus apareceu a dois deles, com outra
aparência, enquanto estavam a caminho do campo”. (Mc 16,12);
-
“Ainda
estavam falando, quando Jesus apareceu no meio deles, e disse: “A paz esteja
com vocês.” (Lc 24,36);
- “Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim,
mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e acredita em mim, não morrerá para sempre”. (Jo 11,25-26);
-“Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os
principados, nem o presente nem o futuro... nada nos poderá separar do amor de
Deus manifestado em Jesus
Cristo , nosso Senhor “. (Rm 8,38-39);
- “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem
não percebeu, foi isso o que Deus preparou para aqueles que o amam”. Deus,
porém, o revelou a nós pelo Espírito” . (1Cor 2,9);
- “O mesmo acontece com a ressurreição dos mortos: o corpo é semeado
corruptível, mas ressuscita incorruptível; é semeado desprezível, mas ressuscita
glorioso, é semeado na fraqueza, mas ressuscita, cheio de força” (1Cor 15, 42-43);
-
“Nós sabemos: quando a nossa morada terrestre, a nossa tenda for desfeita,
receberemos de Deus uma habitação no céu, uma casa eterna não construída por
mãos humanas”. (2Cor
5,1);
-
“Com ele, vocês foram sepultados no batismo, e nele vocês foram também
ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que ressuscitou Cristo dos mortos”.
(Cl 2,12);
-
“À voz do Arcanjo e ao som da trombeta Divina, o próprio Senhor descerá do céu.
Então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”. (1Ts 4,16);
-
“Os homens morrem uma só vez e depois disso vem o julgamento”. (Hb, 9,27);
-“Os
que vêm da grande tribulação... Nunca mais terão fome, nem sede; nunca mais
serão queimados pelo sol, nem pelo calor ardente. Pois o Cordeiro que está no
meio do trono será o pastor deles; vai conduzi-los até às fontes de água da
vida. E Deus lhes enxugará toda lágrima dos olhos”. (Ap 7,16-17);
-“Felizes
os mortos, aqueles que desde agora morrem no Senhor. Sim diz o Espírito,
descansem, de suas fadigas, pois suas obras os acompanham”. (Ap 14,13).
4.CONCLUSÃO:
Os textos que lemos justificam as
nossas orações pelos mortos, especialmente a Santa Missa, culto máximo de
louvor, gratidão e adoração a Deus, Senhor da vida e da imortalidade. A missa
de 7º dia está, portanto, fundamentada na Palavra de Deus. Com certeza, uma
prece, dirigida a Deus por alguém vivo ou falecido, não lhe fará mal nenhum,
pois rezamos ao Deus Pai, autor e Senhor da vida. Dessa forma participamos da
Comunhão dos Santos, aqueles que estão na glória do céu, aqueles que esperam o
dia do julgamento e nós que militamos neste
mundo.
Nossa fé se fundamenta na Ressurreição
de Jesus, por isso cremos que a última palavra é da vida e não da morte! “Não
tenha medo, Eu sou o primeiro e o último. Sou o vivente. Estive morto, mas estou
vivo para sempre. Tenho as chaves da morte e da morada dos
mortos”. (Ap 1,17-19). “Aquele que alerta essas coisas diz: “Sim! Venho muito em breve”. Amém! Vem, Senhor
Jesus”! (Ap 22,20).
( Pe. Valdiran Santos -
Paróquia Sta. Terezinha)
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