Emaús: a caminhada da vida junto ao mestre e os caminhantes
Texto bíblico: Lc. (24:13 – 35) "Eis que
dois deles viajavam nesse mesmo dia para um povoado chamado Emaús[1], a
sessenta estádios de Jerusalém". A aldeia de Emaús, de acordo com as
melhores provas textuais, situava-se a 11 km de Jerusalém (60 estádios - Lc
24:13).
Para falar um pouco do caminho de Emaús, de Jesus e os dois discípulos é
necessário fazer algumas perguntas básicas.
Alguma vez você já teve um lindo
sonho e de repente tudo acabou? Jesus apareceu de alguma maneira pra você? E
você conseguiu desabafar, contou tudo a ele? Continuou caminhando na estrada de
Emaús ou ficou parado (a)? Como você ficou?
Você está disposto
(a) a começar a ler, meditar um pouco a cada dia na palavra de Deus? O que
aconteceu depois desse encontro? Você compreendeu que não pode mais viver sem
ele? Agora você tem convidado Jesus constantemente para ficar com você? Sentiu
que a paz dele é muito diferente daquela paz que o mundo dá? E agora caminhando
para Emaús juntamente com Jesus sentiu o coração arder com suas palavras? Sua
vida mudou? Ou está mudando? Você já fez como os discípulos no caminho de Emaús
dizendo:
“Permanece conosco, pois cai à tarde e o dia já declina”. (Lc 24:29). Entrou
então para ficar com eles.
O relato evangélico que a bíblia descreve sobre o encontro de Jesus com os
discípulos no caminho de Jerusalém para Emaús revela o itinerário da fé,
alicerçada na palavra de Deus. A estrada de Emaús, na qual caminhavam os dois
discípulos de Jesus, nada mais é do que a estrada da vida de cada um de nós,
com tudo o que nela acontece. É neste caminho que aprendemos a lidar com a vida
e ter um encontro com Jesus.
Certamente, que cada um de nós já teve lindos sonhos. No entanto, se esses
sonhos não foram realizados, não devemos ficar como aqueles dois discípulos,
“tristes e abatidos”. Todavia, não conseguimos pensar e falar de outra coisa
senão de sonhos que na verdade não acabou.
Aqui a vida é partilhada com uma proposta de mudança de vida, quando o sonho
acaba surge o desanimo que gera em nós, tristeza, vindo a abalar e comprometer
a nossa fé e esperança. Todavia, é nessas horas de conflitos que Jesus surge
bem de mansinho em nossas vidas e nos diz: “vinde a mim todos que estais
cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mt 11:28 – 30). Assim, diante
do sofrimento, da perda de fé, Jesus aparece e faz de conta que não sabe o
motivo de nossa tristeza e nos indaga: o que foi? (Lc 24:19).
Diante das lutas e dificuldades, palavras de confortos ajudam a fortalecer
nossa fé surgem importantes etapas a considerar, tais como:
a) Desabafo - Nesse exato momento, as comportas do nosso coração se abrem e “a
boca fala daquilo que o coração está cheio”. (Mt 12:34).
b) Repreensão e o Processo de Cura - Diante da dor o seu processo de cura vem
com uma repreensão de Jesus. “como sois sem inteligência e lentos para crer em
tudo o que os profetas falaram”. (Lc 24:25).
c) O Ponto Fraco Nosso e dos Discípulos – Meditação do fato de que não lemos a
bíblia, com entusiasmo, apenas nos contentamos com uma leitura superficial da
Palavra, nos cultos diários. Mas, o que vem a ser realmente o entusiasmo? Sua
origem é grega significando “cheios de Deus”. É um processo para que o coração
fique ardendo, aquecido e pegando fogo. Portanto, tudo vai mudar em nossas
vidas se vivermos com o coração vivificado e olhos aberto, veremos a gloria de
Deus.
d) A Ceia Do Mestre - O interessante que os discípulos lhe perguntaram sobre
onde queria celebrar a ceia, Jesus não escolheu o majestoso templo de
Jerusalém, com toda sua formosura e gloria, nem tão pouco uma pomposa sinagoga
com todas as cerimônias religiosas e honrarias. Contrário, Jesus escolhe uma
casa simples, uma sala modesta para a realização da ceia. Lucas (24: 30) Narra
que a “ceia do ressuscitado, contava apenas com Jesus e os dois discípulos”. Em
certa altura, os “discípulos fazem um convite para Jesus dizendo: – “Permanece
conosco, pois cai a tarde e o dia já declina.Lucas 24: 29”, Então, o Senhor
entrou para ficar com eles. “Sentou-se à mesa, tomou o pão, pronunciou a
benção, partiu-o e deu a eles”. Naquele momento, algo maravilhoso aconteceu, os
olhos deles se abriram: eles reconheceram O mestre! Contudo, “Ele, porém,
desapareceu da vista deles” (Lc 24:31). No entanto, perguntamos por que Ele
desapareceu?
Vale ressaltar que: quem encontra O mestre e vive uma intensa experiência,
jamais o esquece! Ele se torna uma presença vivencial constante em nossas
vidas. Assim, a presença física já não é mais necessária. Aqueles homens
depositaram em Jesus Cristo toda confiança, esperança, que tinham Nele e a
realização de seus sonhos. O entusiasmo foi sufocado por verem seu Mestre,
sofrendo e morrendo na cruz, viram seus sonhos desabarem, acabou a esperança, a
alegria deu lugar a um vazio, uma angustia depressão tamanha que não havia
palavras que pudessem consolá-los.
e) Fogo - Portanto, o diálogo pelo o caminho fez com que seus corações ficassem
em fogo. Na verdade, esse é o “fogo ardente” no qual falou o profeta Jeremias:
“Parecia haver um fogo a queimar-me por dentro, fechado nos meus ossos” (Jr.
20:9). O dialogo com Jesus faz com que o coração fique em chama, abrindo os
nossos olhos mostrando o caminho a ser seguido. Essa experiência é que
precisamos Vivenciar em nossas vidas: a oração que arde, olhos que vêm! Desta
forma, aprendemos a cada dia enxergar devidamente o Nosso Mestre. Jesus.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Importante recordar que em nossa existência tudo acaba por sofrer modificações,
caso tomemos a decisão de, vivermos com o coração ardendo, aquecido, com os
olhos abertos. Sem esquecer que o mundo também mudará.
Com Jesus aprendemos com os dois discípulos de Emaús! A estrada deles
representa também a nossa estrada, do nosso dia a dia na qual Nosso Mestre
sempre está presente: “Ensinando-as a guardar todas as coisas que vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos” (Mt 20: 20).
Que Deus na sua infinita misericórdia continue nos abençoando. Amém!
Por. Pe. Valdiran dos Santos
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